A Abrarenas, a Associação Brasileira de Operadoras e Fornecedores para Arenas, chegou ao fim nesta semana. A entidade surgiu após a construção dos novos estádios no Brasil com o intuito de unir interesses comuns das empresas que gerem os empreendimentos. A ideia era se tornar “um agente efetivo na organização do futebol”, mas uma série de instabilidades fez com que o grupo se dissolvesse.
O presidente do Brio, empresa gestora do estádio Beira-Rio, foi o último presidente da Abrarenas. Marcelo Flores dirigiu o grupo por um ano e, em conversa com a Máquina do Esporte, lamentou o fechamento da associação.
“No último ano, nós tentamos aproximar ainda mais as arenas, mas nos últimos meses faltou adesão dos estádios. Nem mesmo as outras arenas usadas na Copa do Mundo se juntaram. Sem maior representatividade, preferimos fechar a associação”, explicou Flores.
Em 2015, havia seis arenas com a associação: Arena da Baixada, Arena das Dunas, Arena do Grêmio, Estádio Beira-Rio, Arena Fonte Nova e Maracanã.
No entanto, nos últimos meses as concessionárias tiveram diversos problemas. O principal deles foi o envolvimento das construtoras em escândalos políticos. Empresas como Odebretch, OAS e Andrade Gutierrez, que detinham o comando dos estádios, foram citadas na Operação Lava-Jato, que colocou seus principais executivos em xeque.
Além disso, a situação financeira da maior parte das novas arenas sempre foi delicada. Com receitas abaixo do previsto e com altas prestações a serem pagas, a maioria das concessionárias tem acumulado déficits.
“Talvez no futuro, daqui a uns cinco, dez anos, quando esse mercado estiver mais maduro, nós poderemos retornar com a Abrarenas”, comentou Marcelo Flores.