Mesmo após os protestos da última terça-feira e as reclamações públicas de agentes do futebol, o Coronel Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol, foi eleito vice-presidente da CBF. Com 79 anos, o dirigente ocupará a vaga deixada por José Maria Marin, preso nos Estados Unidos, e será o novo presidente da entidade em caso de renúncia de Marco Polo Del Nero.
Coronel Nunes foi candidato único. Seu nome surgiu após Del Nero pedir afastamento do cargo e ver o vice Delfim Peixoto, seu opositor, com chances reais de assumir seu posto. Pela regra, o mais velho assume a presidência em caso de renúncia do mandatário.
Na semana passada, Peixoto havia entrado com um pedido na Justiça para impedir a realização das eleições. A liminar foi lançada, mas logo foi derrubada. Na terça-feira, um dia antes do evento na CBF, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro liberou a escolha do novo vice-presidente.
Esse, no entanto, não foi o único pedido para que as eleições não acontecessem. Há uma semana, dirigentes das federações de futebol do Nordeste produziram um documento para tentar suspender o evento que nomeou o Coronel Nunes.
Na política, o ex-jogador e atual senador Romário chegou a chamar o movimento de golpe, indicando que a entrada de Nunes seria uma maneira de Del Nero manter o controle da CBF.
Por perfil, Coronel Nunes de fato não deverá mudar a cara da entidade. Ele já anunciou que, se assumir a presidência da confederação, não deverá mexer em sua estrutura. Sobre Marin, que deixou o cargo por estar preso, o dirigente o referiu como “lenda do futebol brasileiro”.
Del Nero está afastado de seu cargo desde o início do mês, quando a FBI o acusou de receber propinas nas negociações de direitos de televisão.