Após as apresentações finais de 11 países, divididos entre nove candidaturas, a Fifa decide nesta quinta-feira (2) quais irão sediar as edições de 2018 e 2022 da Copa do Mundo. O processo de escolha, entretanto, será finalizado em meio a acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e venda de votos.
A menos de uma semana da decisão, a emissora brit”nica “BBC” revelou que três dirigentes da entidade máxima do futebol – Ricardo Teixeira, Nicolas Leoz e Issa Hayatou – podem ter recebido propina entre 1992 e 1997 da falida agência ISL/ISMM, parceira da Fifa no fim da década de 1990.
As acusações aos três dirigentes têm relação com as escolhas das sedes, principalmente, porque todos os três têm direito a voto. A ligação entre Teixeira e a empresa Sanud, evidenciada já em 2001 durante a CPI da CBF/Nike, pode ter rendido ao cartola brasileiro US$ 9,5 milhões, mas o mandatário continua ileso.
Um mês antes, outro esc”ndalo. Em 16 de outubro, dois dirigentes da Fifa com poder de voto – Amos Adamu e Reynald Temarii – foram flagrados pela reportagem do jornal “Sunday Times” exigindo alguns milhões de dólares em troca do sufrágio. Ambos foram afastados pela entidade imediatamente.
Em outras palavras, dos 24 dirigentes que inicialmente iriam votar nas escolhas das sedes, dois foram afastados por venda de votos, e outros três são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Mesmo assim, a Fifa rechaçou qualquer possibilidade de adiar a eleição e preferiu seguir o roteiro inicial.
Esse cenário torna a escolha ainda mais diferente do que vinha acontecendo em etapas anteriores. Pela primeira vez, por exemplo, serão escolhidas as nações que irão sediar duas edições consecutivas. Esse detalhe altera a maneira como a Copa é organizada, pois dá ao país mais tempo para se preparar.
Dessa maneira, a entidade evita situações desconfortáveis, como as vividas na África do Sul em 2010 e, até agora, na preparação do Brasil para 2014. O país africano teve de receber largos aportes por parte da Fifa pouco antes do início do campeonato, ou não teria condições de recebê-lo adequadamente.
Ainda há, por fim, a volta a continentes economicamente desenvolvidos. Depois de se instalar na África e na América do Sul, a Copa de 2018 será organizada por Inglaterra, Holanda-Bélgica, Espanha-Portugal ou Rússia, enquanto a de 2022 está entre Estados Unidos, Qatar, Coreia do Sul, Japão e Austrália.
Conheça as candidaturas à edição de 2022:
Com bom humor, Austrália pede troca de oportunidades
Coreia do Sul quer paz com a ajuda da Copa do Mundo
Qatar promete legado internacional com arenas