Os magnatas dos negócios esportivos usaram uma série de estratégias para aumentar a receita, aumentando o valor de suas vastas participações e construindo diversos gigantes globais que parecem destinados a lucros massivos a longo prazo.
Ao alavancar e dimensionar suas marcas e propriedade intelectual, os proprietários de equipes encontraram ouro. E eles conseguiram isso de várias maneiras, inclusive investindo em mais times, obtendo direitos de mídia a preços mais altos, aumentando a distribuição de conteúdo por meio de streaming, patrocínios de venda cruzada por meio de vários ativos esportivos, desenvolvendo imóveis de uso misto e tornando investimentos em tecnologia relacionada a esportes, análises, apostas esportivas e esportes de nicho, como lacrosse indoor e netball.
O resultado final: de acordo com a Forbes, os 25 impérios esportivos mais valiosos do mundo valem uma quantia combinada de US$173 bilhões, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. A publicação ainda afirma que, para dar conta da escalabilidade que vem com a propriedade de vários domínios esportivos, um bônus de 10% foi dado ao valor total desses impérios esportivos. Os 25 maiores impérios esportivos, no entanto, se saíram substancialmente melhor do que no ano anterior, mesmo sem o bônus. Eles teriam aumentado 12%, chegando a US$158 bilhões.
As empresas de investimento, que são relativamente novas na propriedade de equipes, não poderiam mais se contentar em manter apenas uma pequena parte dos clubes. Sim, há restrições sobre quanto os investidores institucionais podem deter em ligas norte-americanas como NBA, MLB e NHL, e a NFL os proíbe totalmente. No entanto, é concebível usar uma marca europeia bem conhecida para obter o controle de um modelo significativo.
A seguir, listamos alguns dos impérios esportivos que tiveram mais destaque dentre as 25 empresas mais valiosas do esporte mundial.
Liberty Media
A organização mais rica é o império esportivo de $21 bilhões da Liberty Media, liderada pelo bilionário John Malone. A Fórmula 1, cujo valor estimado é de US$17,1 bilhões, e a franquia da Major League Baseball Atlanta Braves (US$2,1 bilhões) são os principais ativos esportivos da Liberty. A Fórmula 1 teve um 2022 de sucesso, com média de 1,21 milhão de telespectadores apenas nos EUA, o maior número de todos os tempos para a competição, e assinando um novo contrato de televisão no país em junho supostamente no valor de US$75 milhões por ano, 15 vezes maior que o contrato anterior. Portanto, faz sentido que o fundo soberano da Arábia Saudita, de acordo com a Bloomberg, tenha contemplado a compra da Fórmula 1 por US$20 bilhões no ano passado.
Quanto ao Atlanta Braves, campeão da World Series de 2021, parece que Malone, que pagou US$400 milhões pelo time em 2007, pode estar se preparando para lucrar com a venda da equipe. Graças em parte ao novo estádio do Braves e ao The Battery Atlanta, um projeto imobiliário de uso misto, a receita nos primeiros nove meses de 2022 foi de US$535 milhões, em comparação com os US$466 milhões no mesmo período de 2021. Investir nos empreendimentos de Malone não é uma má ideia; durante o ano passado, o preço das ações da Fórmula 1 e do Atlanta Braves aumentaram 5% e 35%, respectivamente, enquanto o S&P 500, um índice ponderado de valor de mercado de ativos nas bolsas de Nova Iorque e NASDAQ, caiu 13%.
Kroenke Sports & Entertainment
Um exemplo de pensador mais global é a Kroenke Sports & Entertainment, um império dirigido pelo bilionário Stan Kroenke, que tem entre suas propriedades gigantes do esporte como o Arsenal – favorito ao título da Premier League deste ano, segundo as cotações mais recentes na Midnite – e o Los Angeles Rams, franquia da NFL e atual campeã do Super Bowl. O valor da empresa totaliza US$12,75 bilhões, bom o suficiente para ocupar o segundo lugar entre as empresas mais valiosas do esporte.
Com mais de US$5 bilhões de seus próprios fundos investidos para seu time de futebol americano no novo SoFi Stadium, além de empreendimentos no Hollywood Park, local próximo ao estádio dos Rams e que contará com tudo, desde culinária e fitness até arte e entretenimento, Kroenke claramente ama o jogo imobiliário.
Harris Blitzer Sports & Entertainment
A Harris Blitzer Sports & Entertainment é uma empresa importante nas perspectivas de tecnologia e capital de risco nos esportes. Seus principais empreendimentos são o New Jersey Devils, franquia da NHL, e o Philadelphia 76ers, equipe da NBA. No entanto, Elevate Sports Ventures, New Meta Entertainment e HBSE Ventures são alguns dos ativos por meio dos quais a empresa investe em tecnologia, e-sports e estilo de vida e, de acordo com a Forbes, esses investimentos representam mais de US$100 milhões do valor da empresa.
Monumental Sports & Entertainment
Foto: NHL
O proprietário da Monumental Sports & Entertainment e multibilionário Ted Leonsis é uma ilustração perfeita do domínio de mercado local. Sua corporação de US$4,51 bilhões controla os Capitals da NHL e os Wizards da NBA, ambos de Washington D.C., bem como a Capital One Arena, onde os dois times jogam. Recentemente, a Monumental Sports & Entertainment adquiriu os 66% restantes da NBC Sports Washington que ainda não possuía, dando a Leonsis o controle sobre como seu material é distribuído. Além disso, parece que Leonsis quer comprar o Washington Nationals da MLB para expandir seu império esportivo local.
RedBird Capital
Um exemplo de empresa utilizando o mercado europeu para entrar no mundo dos esportes é a RedBird Capital, que entrou para a lista das 25 empresas mais valiosas do esporte ao adquirir uma fatia do Milan em junho do ano passado, por US$1,28 bilhões. No ano anterior, a RedBird comprou uma participação de 11% no Fenway Sports Group, cujas propriedades incluem o Boston Red Sox da MLB, o Liverpool e o Pittsburgh Penguins da NHL.