O termo “espanholização do futebol” virou, nos últimos anos, um sinônimo para desequilíbrio promovido pela divisão de cota de televisão. No Campeonato Espanhol, a teoria diz que a diferença de ganhos entre Real Madrid e Barcelona e o restante é tamanha que o equilíbrio é prejudicado. Ainda assim, o título do Sevilla deixa claro o domínio da Espanha frente às ligas rivais. Pelo menos em campo.
Com a vitória por 3×1 sobre o Liverpool, a Espanha garantiu a “dobradinha” na Europa, com os títulos da Liga Europa e da Liga dos Campeões, que será disputada mais uma vez entre Real Madrid e Atlético de Madrid. Nas duas competições, outras duas equipes chegaram forte; além do Barcelona, o Villareal foi semifinalista do torneio que consagrou o Sevilla.
Isso não significa, no entanto, que as diferenças não são reais. Segundo a Delloite Football Money League, dos 20 clubes mais ricos do mundo em 2015, nove são ingleses, apenas três são espanhóis. Ainda assim, Real Madrid e Barcelona lideram a lista, com faturamentos que ultrapassam a marca de meio bilhão de euros.
O Sevilla é um clube no mercado de ações, mas sem um grande acionista de destaque. Em 2014, faturou € 72 milhões, longe da realidade dos maiores rivais. E quase metade desse número é proveniente dos direitos de transmissão, ainda que isso represente cerca de € 100 milhões a menos que o Real Madrid.
A vitória sobre o Liverpool deixa claro é que o campo é que tem feito a maior diferença. O Liverpool está listado no levantamento da Delloite em 9º lugar, com um faturamento de € 391 milhões. Um terço desse valor vem da televisão, graças ao sistema mais justo imposto pela Premier League.