Nas duas últimas semanas, a Copa Sadia do Brasil anunciou dois novos parceiros: a marca de pneus Continental e a empresa de suplementação Krom. Os dois patrocínios foram os primeiros fechados pela Traffic após o estouro do escândalo de corrupção que envolve J. Hawilla, fundador da agência de marketing esportivo.
Os negócios, apesar de fortalecerem a agência em meio a maior crise de sua história, não são garantia da manutenção do acordo que a Traffic tem, em conjunto com a Klefer, para explorar os direitos comerciais da Copa do Brasil a partir do ano que vem.
Em conversa com a reportagem da Máquina do Esporte, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que a entidade tem revisto todos os acordos vigentes, entre eles o que dá a Traffic e Klefer os direitos comerciais sobre a Copa do Brasil e que é alvo da investigação de pagamento de suborno a dirigentes do futebol.
“Estamos revendo todos os contratos. Não podemos pagar pelo que foi feito no passado, mas aquilo que for bom para a CBF continuará a vigorar”, disse Feldman, sem especificar sobre a situação do acordo Traffic-Klefer.
A Traffic é quem negocia as placas de publicidade dos jogos da Copa do Brasil, que entra na fase de oitavas de final hoje. Já a Klefer cuida das ativações das marcas patrocinadoras do torneio.
O contrato entre as duas agências e a CBF é alvo das investigações do FBI americano. Na delação que fez à Justiça dos EUA, J. Hawilla confirmou que houve um acordo com a Klefer para pagar propinas a dirigentes da CBF em troca da licença, entre 2015 e 2022, do contrato de exploração comercial da Copa do Brasil.
A CBF recebe R$ 128 milhões pela cessão dos direitos durante esse período. A Copa do Brasil tem, neste ano, 16 patrocinadores, recorde de sua história.