A lista de motivos pode incluir o clima frio, a dist”ncia ou o preço mais alto, mas o fato é: em comparação com a Copa do Mundo de 2006, o turismo de brasileiros para a principal competição de futebol do planeta desabou. A queda foi tão brusca que autoridades do país pentacampeão, sede da próxima edição do torneio, adotaram ainda na África do Sul um foco para 2014. Existe um embargo da Fifa para publicidade relacionada à próxima Copa do Mundo. O torneio de 2014 só pode começar a ser divulgado quando a atual edição for concluída ? a decisão está marcada para o dia 11 de julho. Ainda assim, a lista de exemplos no país de ações focadas no fomento ao turismo para 2014 é enorme. A iniciativa mais enfática é a Casa Brasil. O espaço foi criado em iniciativa conjunta da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), de governos locais e de ministérios como Esporte e Turismo. Situada em Sandton, bairro nobre de Johanesburgo, consumiu investimento de R$ 10 milhões para divulgar belezas naturais e a cultura do país pentacampeão mundial de futebol. Em Melrose, outro bairro de alto padrão de Johanesburgo, está o Botequim do Rio. O bar com decoração, cardápio e atrações musicais do Brasil foi montado sobre a estrutura de um restaurante já existente. Esse projeto custou R$ 400 mil da prefeitura, do governo estadual e do convention bureau do Rio de Janeiro. A estimativa do Ministério do Turismo é que a Copa do Mundo de 2010 tenha tirado oito mil turistas do Brasil com destino à África do Sul. Segundo a mesma instituição, esse número chegou a 20 mil no torneio realizado na Alemanha. ?A realidade dos dois países é bem diferente. A Alemanha é um destino mais explorado e mais conhecido por brasileiros do que a África do Sul, e isso tem reflexo natural nos números?, admitiu Luiz Barretto, ministro do Turismo. A sensação de dirigentes brasileiros é que o país não foi o único a decrescer de forma contundente o volume de turistas para a Copa do Mundo. Essa queda, inclusive, já se tornou motivo de preocupação entre autoridades responsáveis pela competição de 2014. ?Nós sabemos que também não estamos na Europa, mas acho que a Copa de 2014 vai ser a Copa da América do Sul. Temos um fluxo de turistas no continente que é muito maior do que o que se registra aqui?, completou Barretto. Outra aposta brasileira é o desenvolvimento do país, turbinado por sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas (no Rio de Janeiro, em 2016) em um curto espaço de tempo. Ainda assim, projetos como os realizados na África do Sul devem ser mantidos nos próximos quatro anos para minimizar a chance de o turismo decepcionar. O modelo do Botequim do Rio é um exemplo de algo que pode ser replicado em outras cidades após a Copa, ainda que isso seja apenas uma ideia até o momento.