Mais uma vez, a TV virou o centro das atenções no Campeonato Espanhol. A Comissão Nacional de Competição (órgão público que visa assegurar a concorrência em qualquer mercado na Espanha) decidiu, à revelia dos clubes e da Liga de Futebol Profissional (LFP), reduzir a duração dos contratos com as operadoras de televisão de cinco para três anos. O imbróglio pode adiar a estreia do Campeonato Espanhol, prevista para o dia 29 de agosto. Em nota, a LFP disse que as alterações no acordo ferem as diretrizes da União Europeia (UE) sobre a gestão de direitos audivisuais. “Qualquer modificação da duração e conteúdo dos contratos seria um ataque à principal via de receitas dos clubes. Essa medida teria o efeito de eliminar o mercado”, diz o comunicado divulgado no site oficial da LFP. Na Espanha, os direitos de transmissão do futebol são negociados individualmente pelos clubes. Atualmente, o mercado é dominado por Sogecable Audiovisual Sport (AVS) e Mediapro, que protagonizaram o impasse que suspendeu a exibição do torneio em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, onde a Sky é responsável por exibir dos jogos. A briga veio à tona quando a AVS cobrou publicamente da Mediapro uma dívida de 58 milhões de euros referente à transmissão de partidas da temporada 2007/08 e suspendeu o sinal dos jogos sobre os quais tinha direito para a concorrente. A paz foi selada meses depois, mas afetou o mercado de PPV na Espanha. Durante o último trimestre de 2007 ? período mais forte de adesão ao serviço – o número de assinantes caiu 36%, chegando aos quatro milhões de jogos comercializados nesse sistema no ano. Na temporada anterior, foram 2,2 milhões a mais de contratações. O conflito, que teve como consequência a emissão dos jogos no canal aberto ?La Sexta?, não afetou apenas as produtoras envolvidas. Outras operadoras menores – como Ono e Imagenio – sofreram uma queda de 16% em seus faturamentos. No Brasil, a Sky foi obrigada a suspender temporariamente a venda dos pacotes de PPV da competição.