Pouco mais de ano após os ataques racistas ao goleiro Aranha, o Grêmio decidiu celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, com o lançamento da websérie Somos Azuis, Pretos e Brancos, inspirada no livro homônimo do jornalista Léo Gerchmann, à venda desde o mês de outubro.
O primeiro episódio, já disponível no perfil oficial do clube no YouTube, fala sobre o pioneirismo gremista na contratação de negros no futebol gaúcho, citando Adão Lima, que defendeu as cores do clube entre 1925 e 1935.
Além de Gerchmann, participam da produção o coordenador do Memorial do Grêmio, Carlos Eduardo dos Santos, o ex-atleta Tarcísio, e o presidente do clube, Romildo Bolzan. Assim como o livro, a série produzida para a internet tem como objetivo desmontar o mito da segregação racial no clube, aflorada desde agosto de 2014, quando a torcedora Patrícia Moreira e um grupo de torcedores foram flagrados pelas câmeras de TV chamando o goleiro Aranha, à época no Santos, de macaco durante um jogo da Copa do Brasil.
O jogador, atualmente no Palmeiras, chegou a reclamar dos xingamentos para o árbitro Wilton Pereira Sampaio, que relatou o fato na súmula do jogo. O Grêmio foi desclassificado do torneio.
Além de Patrícia, que teve sua casa incendiada dia após o ocorrido, Eder Braga, Fernando Ascal e Rodrigo Rychter foram acusados de injúria racial. Eles fizeram um acordo no Foro Central de Porto Alegre no qual se comprometeram a comparecer a uma delegacia em todos os dias de jogos do Grêmio. A pena expirou em agosto deste ano.
Pouco depois do término da punição, a torcedora, que virou símbolo do racismo no futebol, postou uma foto nas redes sociais com o argentino D’Alessandro e, na legenda, se gabou por ter sido reconhecida pelo capitão do Internacional.
A foto gerou mal-estar e foi retirada do ar em seguida, pois as informações é de que Patrícia vivia reclusa e sob tratamento psiquiátrico desde o acontecimento.