Depois que a Nike anunciou ter destronado a Adidas e assumido a liderança mundial no segmento futebol, um dos argumentos da companhia alemã para contestar a notícia foi o fato de os americanos computarem o lucro da Umbro, comprada pela empresa em 2007. Na Copa do Mundo deste ano, a discussão sobre o valor da patrocinadora da seleção inglesa voltou à tona. Ela é responsável pelo equilíbrio de desempenho entre chuteiras das duas marcas rivais.
Segundo um levantamento feito pela Máquina do Esporte, jogadores que calçam chuteiras Adidas foram responsáveis por 52 dos 121 gols que aconteceram na Copa do Mundo até o momento. Atletas Nike fizeram 51, mas a companhia empata a disputa se somar um tento anotado pelo japonês Endo, patrocinado pela Umbro.
A discussão sobre o papel de marcas que integram o grupo foi levantada pela Adidas neste ano. A Nike, com base em análise dos faturamentos globais das companhias, anunciou em fevereiro o fim de uma hegemonia da companhia alemã, que dominava o mercado futebol desde a década de 1950.
Os números da Nike, contudo, consideram o faturamento dos dois grupos, com a Umbro atrelada à empresa americana e a Reebok, comprada pela Adidas em 2005, incluída nos resultados dos alemães. Esse modelo de análise não foi aceito pela patrocinadora da Fifa, que ainda se diz líder, entre outras coisas, porque compara marcas individualmente.
Se as marcas forem isoladas, a Adidas é a marca com mais gols na Copa do Mundo de 2010. Atletas patrocinados pela companhia fizeram 42,97% dos gols do torneio, com direito aos cinco primeiros colocados na artilharia (Villa, Higuaín, Vittek, Mueller e Luís Suarez). Na classificação dos goleadores, em caso de empate no número de bolas nas redes, a Fifa usa como critério de desempate o menor número de minutos jogados.
O jogador da Nike com melhor desempenho na Copa do Mundo de 2010 é o brasileiro Luis Fabiano. Além dele, apenas o americano Donovan, já eliminado, marcou três gols no torneio com uma chuteira da marca americana.
Entretanto, mais jogadores fizeram gols na Copa do Mundo com chuteiras da Nike. A marca esteve nos pés de 40 atletas que balançaram as redes, enquanto a Adidas só calçou 33.
A briga entre as chuteiras das duas marcas ficou ainda mais clara neste ano porque Adidas e Nike adotaram estratégias similares sobre calçados para a Copa do Mundo. As duas empresas apostaram na padronização de cores (amarelo em uma, roxo e laranja na outra) para facilitar a identificação de sua marca.
Outra coisa que aproxima as duas principais marcas de material esportivo nesta Copa é o fracasso de suas principais estrelas. Cristiano Ronaldo, grande personagem da Nike atualmente, despediu-se do torneio com apenas um gol. Messi ainda disputa a competição com a Argentina, mas não marcou nenhuma vez até agora.
Além de Adidas e Nike, sete marcas de chuteiras marcaram gols na Copa do Mundo. Juntas, contudo, elas respondem por apenas 18 bolas nas redes. Nesse grupo, os destaques são Puma (sete) e Mizuno (cinco). Asics (dois), Concord, Hummel e Umbro, todas com um, completam a lista.
O levantamento não considera os dois gols-contra marcados na Copa do Mundo. Chu Young (Coreia do Sul) e Agger (Dinamarca), jogadores que empurraram a bola para suas próprias metas, calçavam Adidas.