Com uma largada mais lenta, aceleração impressionante e comemoração antes de cruzar a linha de chegada, Usain Bolt repetiu no Rio o script que já havia seguido em Pequim e Londres. Com o tempo de 9s81, o jamaicano faturou o tricampeonato olímpico dos 100 m e aumentou ainda mais a sua legenda como o maior velocista da história.
O norte-americano Justin Gatlin, último campeão olímpico dos 100 m antes da era Bolt, em Atenas 2004, ficou com a segunda posição. Já o canadense Andre de Grasse, campeão da prova no Pan de Toronto, completou o pódio.
Até a estreia no Rio, a expectativa quanto à performance de Bolt era uma incógnita. O velocista viveu uma temporada irregular. Padeceu por conta de uma lesão na coxa esquerda, a mesma que usa para impulsionar o corpo na largada. Chegou a abandonar a seletiva da Jamaica. Abriu mão de provas na Europa para se recuperar fisicamente a tempo de estar bem no Rio. No entanto, ninguém sabia sobre as reais condições dele.
“Nunca duvidei de mim. Depois da última temporada, acho que estava ainda mais confiante para este ano. Estava pronto para ver o que aconteceria nestes Jogos Olímpicos”, contou Bolt, que agradeceu o apoio da torcida no estádio do Engenhão.
Desde antes da prova, era latente a preferência do público por Bolt. Gatlin, a principal ameaça a seu reinado, recebeu uma sonora vaia do estádio ao ser apresentado para a final.
“A torcida gosta de fazer parte da competição. Não quer só assistir. Então, tento viver o momento. O público do Brasil tem sido extremamente bacana até agora. Não esperava por isso. A energia que ele trouxe foi incrível. Então, quero agradecer a todos por isso”, afirmou.
Bolt agora tem a chance de aumentar ainda mais sua legenda com a disputa dos 200 m, sua prova predileta, e do revezamento 4 x 100 m, no qual deve travar duelo acirrado com os Estados Unidos.
Se confirmar o título em ambas as provas, se igualará a Paavo Nurmi e Carl Lewis como o maior ganhador de ouro olímpico no atletismo, com nove triunfos. Ao contrário do finlandês e do norte-americano, porém, não terá sido batido nenhuma vez em uma final olímpica.