Horas antes da renúncia de Joseph Blatter, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, lançou duras críticas e pediu mudanças na Fifa. A entidade afirmou que a corrupção na federação de futebol é “constante e sistêmica”. “A integridade do futebol está em jogo”, afirmou a Comissão, em comunicado.
“A corrupção não tem cabimento no mundo do esporte. A Fifa teve tempo suficiente e oportunidades para reformas. Milhões de torcedores no mundo todo perderam a paciência e merecem algo melhor”, afirmou um porta-vos da Comissão.
Pouco afeita a se meter em questões polêmicas, o órgão entrou de sola no problema do futebol. Apesar de as denúncias iniciais abarcarem apenas cartolas das Américas, o interesse europeu no problema do futebol cresceu após o início das investigações na Suíça sobre possíveis subornos relacionados às eleições de Rússia e Qatar como sedes dos Mundiais de 2018 e 2022.
Por trás das críticas estão questões geopolíticas que afetam Washington e Bruxelas por conta da invasão da Rússia à Ucrânia. Além de sanções, tanto Estados Unidos como UE adotaram sanções contra a Rússia, que foi expulsa do G-8, o fórum que reúne as potências mundiais. Se chegar ao terreno esportivo, a Rússia poderá ter afetada a realização da Copa do Mundo de 2018. Segundo fonte ouvida pelo diário El Pais, a possibilidade de sanção esportiva à Rússia, que afetaria a Copa do Mundo de 2018, chegou a ser discutida, mas não foi levada adiante.