O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, deu três entrevistas coletivas na África do Sul entre o último sábado e a tarde desta quarta-feira. Em todas, o principal assunto foi a situação do Morumbi para a Copa do Mundo de 2014. E em todas, o dirigente repetiu um mesmo tom de discurso. Com o veto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do comitê organizador local (COL) à arena, a fala dele ganhou peso. ?O Morumbi foi o estádio escolhido pelo comitê organizador de São Paulo, incluído no projeto deles para a Copa do Mundo. Portanto, cabe a eles viabilizar a reforma que eles propuseram. Essa é uma responsabilidade do comitê de São Paulo, e eles precisam encontrar uma alternativa?, sentenciou Silva Júnior. Segundo o ministro, São Paulo tem uma necessidade administrativa de resolver a crise que se instaurou na candidatura da cidade: ?Eles precisam dar uma resposta à sociedade. Em janeiro, todas as cidades assinaram um termo com a Fifa e assumiram responsabilidades relacionadas aos estádios. Eles devem cumprir isso?. Até os termos usados no discurso de Silva Júnior foram repetidos nas três entrevistas coletivas que o ministro concedeu em Johanesburgo. Quando o estádio foi alijado da Copa, contudo, a fala do ministro tornou-se mais adequada. ?Esse é um assunto do comitê local. Eles assinaram um compromisso e precisam honrar o que assinaram. Não podemos ficar passando as responsabilidades de um para outro?, determinou o dirigente. A preocupação do ministro, reforçada pela entrevista coletiva de Ricardo Teixeira nesta quarta-feira, foi deixar claro que o veto ao Morumbi não tem relação política. O São Paulo, dono da arena, acentuou seu atrito com a CBF neste ano ao integrar a chapa de Fábio Koff na eleição presidencial do Clube dos 13 ? a entidade defendia abertamente o outro grupo, liderado por Kléber Leite.