Eduardo Machado renunciou ao cargo de vice-presidente de marketing do Vasco da Gama, função que ocupava desde abril de 2012. O dirigente publicou uma carta aberta em sua página pessoal no Facebook agradecendo os anos de trabalho e exaltando seu amor pelo clube.
O dirigente descartou que o motivo de sua saída tenha ligação com qualquer problema interno, como a chegada de uma nova equipe no departamento ou desentendimentos entre os vice-presidentes do clube. Sobre sua renúncia, Eduardo Machado disse: “Minha decisão de saída procura preservar decisões e caminhos que não são da minha alçada”.
Mesmo com a renúncia, Eduardo Machado afirmou que continuará ligado ao Vasco. O ex vice-presidente de marketing é Conselheiro Eleito do clube e, além disso, se dispôs a ajudar a agremiação como uma espécie de consultor.
Confira na íntegra a publicação de Eduardo Machado em sua página no Facebook:
Vascaínos: informo que não sairei da vida do Vasco da Gama, isso é impossível, pois o Vasco da Gama está dentro do meu coração desde que me entendo por gente, e em minha mente nas minhas mais distantes memórias. Aprendi a ser Vasco da Gama com meus avós paternos, portugueses, de maneira avassaladora. Amor às primeiras frases de “O Vasco é Vasco, o resto é fiasco – com direito aquela puxada da letra “R” no estilo inconfundível português de ser”. Continuo como Conselheiro Eleito, e o mais importante, continuo como torcedor que é a base de sustentação histórica do nosso clube. A grandeza do Vasco da Gama é incompreensível, provoca reações anti-profissionais de profissionais super gabaritados. Simplesmente não compreendem a história do Vasco da Gama, pois nunca a viveram ou nunca tiveram história parecida contada pelas gerações passadas. Tem dificuldade absurda de compreenderem o que significa pioneirismo no futebol, o que significa ter construído o maior estádio da América em 1927 – até hoje um dos mais emblemáticos do mundo, o que significa ter lutado contra o racismo de maneira pública, de ter realizado a primeira grande conquista internacional do futebol pentacampeão do mundo, de ter um expresso no futebol, da vitória diga-se de passagem, de ter realizado a maior virada da história do futebol, etc…. Enfim, ser Vasco da Gama é ter uma cruz de malta no DNA, ainda não descoberta pela ciência moderna.
Deixo a vice-presidência de marketing com respeito e profissionalismo (não remunerado e voluntário não custa lembrar), agradecendo ao Presidente Roberto Dinamite e Diretoria Administrativa pela oportunidade que me foi dada, pela condição de trabalho e liberdade até o momento. Muita coisa foi feita e muita que acredito que renderão bons frutos. O que consegui de bom e importante divido com toda a equipe do departamento de marketing, com os demais departamentos, com os membros da diretoria, dos Conselhos/Poderes (Deliberativo, Fiscal, Beneméritos, Assembléia Geral e Administrativa), das empresas patrocinadoras/aliadas, com todos os funcionários. Nunca fiz nada sozinho. Dependendo da situação ajudei um pouco mais ou um pouco menos, mas sempre com comprometimento e com o sentido de engrandecimento ao Vasco da Gama. Tenho certeza que deixo um saldo positivo enquanto estive nessa função. Os erros? Procurei com o time corrigi-los de maneira imediata. Os acertos? Que se tornassem cada vez mais frequentes e impactantes.
Já publiquei em algumas postagens em rede social, mas nesse momento acho importante reafirmar que não saio devido a chegada da nova equipe. Ela em si é uma tentativa super válida. Chegam pessoas competentes muito bem remuneradas e preparadas para conseguirem excelentes resultados para o Vasco da Gama. Não saio por divergências entre os vice-presidentes. Não saio por uma ação em grupo ou algo assim.
Minha decisão de saída procura preservar decisões e caminhos que não são da minha alçada. Com respeito à presidência do Vasco da Gama, entreguei minha renúncia e deixei todas as ações/atividades/projetos e opiniões por escrito, para que não houvesse qualquer tipo de informação estratégica que fosse levada comigo. Além disso, coloquei-me formalmente à disposição para ajudar no que fosse necessário. Sempre que a presidência ou diretoria precisar, estarei disponível para dar minha opinião. Meu conceito de ética passa por aqui.
Não posso deixar de mencionar o chamado “Conselhinho”, um capítulo à parte de dedicação voluntária ao Vasco da Gama. As reuniões das terças são um misto de respeito à história do clube, com debates muitas vezes acalorados sobre temos dos mais diversos. Muito obrigado aos meus professores que sempre lá estão.
Mantive o departamento de marketing aberto para conversar com torcedores “desconhecidos” (individualmente ou em grupos), com membros das torcidas organizadas, com pessoas ligadas aos grupos de oposição (membros da Cruzada e ligados ao Roberto Monteiro aceitaram convite, e membros do grupo Casaca foram recentemente convidados), com a imprensa em geral (um agradecimento especialíssimo ao grupo “Só da Vasco”, e menções especiais aos grupos “NetVasco”, “SuperVasco”, “Caldeirão Vascaíno”e “Mitos da Colina”, entre outros tantos outros não menos importantes que formam uma grande rede de Vascainismo de alcance mundial). Escolhi 3 nomes aqui que foram os que mais me demandaram informações e entrevistas, Marcio Santos, Luis Felipe Barreiros e Helder Floret, pela ordem mesmo. Vocês foram os TOP 3 em termos de demandas. Preciso também agradecer a toda mídia como um todo, até quando fiquei chateado, até quando não fui ouvido antes da publicação, tivemos caminhos salutares, pois nos dias de hoje a velocidade é quase “on line” e muitas vezes não dá para esperar ou pesquisar com a calma necessária. Faz parte do jogo. Mas quero também fazer um agradecimento do tipo TOP 3 em termos de demanda ética, vai para “Máquina do Esporte”, “UOL Esporte” e “Globoesporte.com”. Sem detrimento às demais, mas essas foram as que mais acessam com cuidado e de maneira planejada.
Ao meu pessoal do marketing, as palavras faltarão certamente. Vocês são os caras/as caras!!!! Que galera jovem de idade e/ou de mentalidade. Que orgulho ter vocês em um time que vinha sendo montado e fortalecido desde o início da gestão. Sinal que meus antecessores também fincaram importantes e boas raízes. Muito obrigado ao José Henrique, ao Fábio Fernandes e ao Marcos Blanco. Este último convivi por 6 meses, mas o mercado o levou de maneira impiedosa. Mas sua saída não foi feita sem uma transição. Veio Henry Canfield que fica continuará conduzindo a diretoria executiva do departamento de marketing, compondo a nova equipe executiva.
Já quase encerrando gostaria de exemplificar com diversas críticas que recebi, muitas delas citando meu nome de maneira pejorativa por dar o acesso pleno através de meios de comunicação modernos (principalmente redes sociais e e-mails). Em minha opinião essa repulsa depõe contra as melhores práticas de uma democracia plena. Depõe contra a liberdade de expressão, que é um instrumento fundamental para o desenvolvimento de algo diferenciado e positivo, difícil de ser igualado ou copiado. Permite que qualquer pessoa tenha acesso ao Vasco da Gama sem dependerem de filtros editoriais, tendo contato direto com a fonte. Isso é algo ainda pouquíssimo estudado em empresas, em clubes de expressão mundial como o Vasco da Gama então nem se fala.
Agora para encerrar, espero um Vasco da Gama classificadíssimo para as finais da taça Guanabara no jogo desse domingo, um time campeão carioca e lutando pelos 2 campeonatos nacionais que disputará no 2º. Semestre (Bi da Copa do Brasil e Penta Brasileiro). Espero um caminho de conquistas para toda a diretoria administrativa, aliando competência dos que já estão com dedicação plena e competência dos que chegaram e ainda chegarão. Serei sempre torcedor, fico no Conselho e estou à disposição mesmo fora da vice-presidência de marketing.
Enfim, como sempre gosto de dizer: VAMOS QUE VAMOS VASCÃO!!!!