O retorno de Dunga à seleção brasileira, dado como certo pela imprensa esportiva, vai limitar a criatividade de companhias que queiram fazer ações ligadas à equipe. Patrocinadores da CBF têm propriedades e “momentos” garantidos por contrato, então não devem ser prejudicados pela chegada de um técnico “linha dura” com a publicidade. Mas é consenso entre executivos ouvidos pela Máquina do Esporte que ativações inovadoras devem ser mais raras.
À frente da seleção em 2010, Dunga reduziu a relação da equipe com patrocinadores. Não houve sob o comando dele, por exemplo, o que se viu quatro anos antes com Parreira: tendas de patrocinadores que levaram clientes para a beira do campo em treinos.
Aconteceu também de patrocinadores contratarem fotógrafos e equipes de TV para produzir conteúdo, mas serem barrados pelo treinador. Eles queriam gravar bastidores e intimidades dos atletas e não puderam, assim como a mídia, inclusive a detentora dos direitos de transmissão, a Globo, porque Dunga blindou a equipe para evitar “oba-oba”.
Se o técnico mantiver a filosofia que o caracterizou, patrocinadores estão tranquilos porque “jogam com o regulamento debaixo do braço”, mas sabem que ações ousadas serão limitadas. E para empresas que não patrocinam a CBF e dependem de marketing de guerrilha ou emboscadas para chegar perto da seleção, então, oportunidades serão remotas.