Uma das justificativas para a realização da Copa do Mundo no Brasil é a suposta capacidade de o torneio girar a economia do país. Se essa será a realidade apresentada, é difícil prever, mas um dos pilares do crescimento brasileiro nos últimos anos, o varejo, já consegue mirar alta em alguns setores. Nesse cenário, está o Walmart, que se armou para ter um crescimento de 20% nas vendas entre maio e julho deste ano, comparado com o mesmo período do ano anterior.
Um dos principais fatores que deverá subir as vendas da rede americana no país é a comercialização de televisões. Durante este ano, o volume de venda do produto tem crescido em 20% ao mês. Entre maio e julho, a expectativa é que o crescimento supere 100%, aposta calcada no apelo de aparelhos com grandes telas em época de Copa do Mundo. Comidas, carnes e bebidas devem ter crescimento de 20%, enquanto salgadinhos e comidas rápidas devem ter crescimento de 25%.
Para concretizar as previsões, o Walmart tenta se associar ao futebol durante o ano. Uma das medidas adotadas foi a contratação de Luiz Felipe Scolari e sua esposa, Olga Scolari. A ideia é usar a figura feminina para aproximar o mundo do futebol aos consumidores do supermercado. Hoje, 75% dos clientes da rede são mulheres.
Segundo o vice-presidente de marketing do Walmart no Brasil, Claudio Tonello, a escolha pela esposa de Scolari foi um modo de sair do comum e mesmo assim se associar ao futebol. “Nós queríamos descolar da comunicação do varejo tradicional, aquela coisa com mais gritaria, e falar mais da realização de sonhos, de fazer uma economia inteligente”, afirmou.
O casal Scolari aparecerá em comerciais que contam percalços de suas vidas antes do sucesso de Luiz Felipe como treinador. O executivo contou que, para gravar, não foi usado roteiro. Foi realizada uma conversa, de cerca de uma hora, e selecionado algumas histórias para serem transformadas em vídeos televisivos.
Além do uso da imagem do treinador da seleção brasileira, outro investimento em mídia relacionado ao futebol está na apresentadora Renata Fan, durante o programa Jogo Aberto da Bandeirantes. O Walmart é apresentado durante o jornal esportivo, com links ao vivo de lojas em São Paulo. A estratégia, que já tem sido usada, deve se repetir até o Mundial.
Outro pilar que a empresa deverá usar até a Copa do Mundo é uma decoração no ponto de venda que remeta ao Brasil, com a venda de diversos acessórios para torcedores, como bandeiras e bonés. O Walmart até criou uma marca própria para grafar “Brasil”, que estará inscrita em seus produtos próprios nesse gênero. Para reforçar essa venda, o marketing da companhia também terá produtos licenciados pela Fifa. Mochilas estarão à venda com o logotipo da Copa do Mundo de 2014. No total, serão 61 itens com referência ao Brasil, com a comercialização prevista de 1 milhão de unidades.
A partir de maio, a empresa quer oferecer um maior conforto para turistas que forem às lojas do Walmart no Brasil. Uma das medidas é colocar profissionais que falem em inglês e em espanhol. Os funcionários usarão coletes com a frase “Can I Help You?”, no lugar do “Posso Te Ajudar?”, sempre usado no país.
Como o Walmart é uma marca internacional, a empresa espera que ela seja a casa de estrangeiros durante o Mundial. “Nós cuidaremos dos mínimos detalhes para que, com a Copa do Mundo, o Walmart seja o amigo do turista”, reiterou Tonello.