O CEO da World Surf League (WSL) para o Brasil e a América Latina, Ivan Martinho, esteve presente no 2º Fórum Máquina do Esporte. O executivo comentou sobre alguns detalhes pouco conhecidos do esporte e ainda deixou claro que a liga tem um foco muito grande na região, em especial no Brasil, para os próximos anos.
Motivos para o crescimento do esporte por aqui e no mundo não faltam: trata-se de um esporte que tem 43 milhões de praticantes ativos no mundo, sem contar os cerca de 100 milhões que não surfam, mas que gostariam de surfar no futuro. Esse grande número de pessoas é atingido pela WSL com uma comunicação baseada em quatro pilares: performance, igualdade/diversidade, sustentabilidade/preservação e lifestyle.
Especificamente no Brasil, existem mais de 54 milhões de pessoas interessadas no surfe. A chamada “Brazilian Storm” ajuda muito a promover o esporte. Atualmente, dos 34 atletas que disputam o Championship Tour, 12 são brasileiros. O país tem, inclusive, três surfistas no Top 5. E os resultados são concretos: Gabriel Medina é bicampeão do mundo (2014 e 2018) e Adriano de Souza também já conquistou o título mundial em 2015.
Foto: Máquina do Esporte
Há, no entanto, aquelas características que podem atrapalhar um pouco. O surfe é um esporte que depende da sequência de ondas. A competição ocorre normalmente em três ou quatro dias, mas a janela dura de nove a treze dias. Com isso, há a possibilidade até de uma final de etapa em uma segunda-feira de manhã, o que complica e muito a transmissão em uma TV aberta, por exemplo. Esse fato leva o esporte a focar há alguns anos no mundo digital.
Outra complicação é também o fato de não conseguir cobrar ingressos na realização das etapas. Como o surfe ocorre no mar, na praia, espaços públicos, a WSL não consegue transformar o número de espectadores, que costumam lotar as competições, em receita por meio de ingressos. A alternativa, então, foi transformar as etapas em eventos que misturam o esporte com entretenimento, com a criação da WSL House, ativações de patrocinadores e oficinas de outras atividades físicas, como ioga, por exemplo. A receita ainda vem de direitos de transmissão, licenciamento de produtos, shows musicais e redes sociais.
No ano que vem, a WSL ainda espera uma promoção ainda maior do esporte pela entrada nos Jogos Olímpicos. O surfe fará sua estreia em Tóquio 2020 com grandes chances de medalha para o Brasil e já está garantido nos Jogos de Paris 2024 e também Los Angeles 2028. A ideia é, inclusive, aumentar ainda mais o alcance global combinado nas redes sociais que é, atualmente, de 50 milhões de pessoas.