Aurélie Merle, diretora de esportes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, reiterou que a próxima edição do evento será a primeira que contará com o mesmo número de atletas homens e mulheres. Em entrevista ao site britânico SportsPro Media, a dirigente disse que um dos focos dos organizadores da Olimpíada, que será realizada entre 26 de julho e 11 de agosto, será justamente a valorização dos esportes femininos.

A executiva contou que uma das preocupações do Comitê Organizador é aumentar a visibilidade das atletas e a exposição dos esportes femininos. Por isso, a programação das competições de Paris 2024 foi pensada para garantir um maior destaque às mulheres.

“O calendário de competições em si é um desafio, porque é preciso garantir que haja visibilidade para todos os esportes e que você também dará visibilidade aos esportes femininos”, disse a executiva, durante o SportAccord World Sport and Business Summit, evento da indústria do esporte realizado em Birmingham, na Inglaterra.

“Tínhamos um consultor específico para este programa que poderia nos dizer onde, dependendo da popularidade de um determinado esporte em um fuso horário, seria melhor colocar um determinado evento feminino”

Aurélie Merle, diretora de esportes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

“Isso nos ajudou quando estávamos montando nosso cronograma de competições para que alcançasse esse resultado”, completou.

A presença feminina também será maior no corpo técnico de Paris 2024, que contará com 40% dos cargos ocupados por mulheres, um aumento de 10% em relação a Tóquio 2020, evento que acabou sendo disputado em 2021 por conta da pandemia de Covid-19.

Desigualdade

Apesar da grande presença feminina entre os atletas, a igualdade de gênero segue distante nos cargos de gestão do Comitê Olímpico Internacional (COI). Em março de 2023, apenas 33% do Comitê Executivo da entidade era composto por mulheres, apesar delas representarem 40% dos membros da organização.

“Definitivamente, há mais trabalho a ser feito, bem como na gestão diária do mundo esportivo. Precisamos ver mais mulheres em posições de liderança, precisamos ver mais mulheres na TV. É isso que estamos tentando fazer com os Jogos”, avaliou Aurélie Merle.

“Estamos definitivamente alinhados com uma mudança de mentalidade para garantir que, no esporte, haja mais espaço para as mulheres”, concluiu a executiva.