A pressão de patrocinadores pode fazer com que as entidades esportivas deem mais importância a denúncias de assédio moral ou sexual no esporte. Esta é a visão de Gabriela Bastos, gerente do programa “Uma Vitória Leva a Outra”, da ONU Mulheres.
“Os patrocinadores são figuras centrais para essa pauta. Muitas vezes as organizações esportivas realmente querem frear essas denúncias justamente com receio de perder patrocínio”, apontou Gabriela, que participou de um debate sobre o tema com Paulo Schmitt, advogado esportivo, durante o Congresso Olímpico Brasileiro, em Salvador (BA).
Para ela, os apoiadores do esporte podem ajudar as entidades esportivas na estruturação de protocolos para lidar com denúncias. E têm condição de pressionar para que essas investigações tenham andamento e punam os responsáveis.
“A gente vem trabalhando hoje com as organizações esportivas, além do setor privado, que patrocina as entidades. Muitas empresas já têm esse setor de responsabilidade social, inserindo essa questão de combate à violência sofrida por meninas e mulheres como critério para seguir com o patrocínio. Eventualmente, as empresas podem rescindir um contrato”, contou Gabriela.
Para a especialista, é preciso que essas regras estejam no contrato de patrocínio. “Isso tem que estar normatizado, tem que estar na regulamentação da área de responsabilidade social das empresas. Por isso, a ONU Mulheres está tentando influenciar estrategicamente as empresas que patrocinam o esporte”, completou a representante da ONU Mulheres.
* O jornalista viajou a convite do COB