Wendell Lira foi o grande penetra do baile de gala promovido pela Fifa. O prêmio de gol mais bonito do ano dado ao jogador do desconhecido Goianésia teve uma interessante simbologia. Lira, a seu modo, foi o sopro de realidade dentro de uma festa marcada pela artificialidade que hoje cerca boa parte do futebol.
O esporte que cativa multidões é muito mais próximo de Lira do que de Lionel Messi. Os R$ 6 mil de salário do brasileiro são mais reais que os US$ 6 milhões do argentino.
Em meio ao glamour do Fifa Gala, o penetra que conseguiu o tíquete dourado para o grande baile traz, também, uma indagação ao esporte. Quão sustentável é o modelo de exploração comercial dos atletas?
Soma-se a esse sentimento a matéria que a Máquina do Esporte publica hoje e nos perguntamos se, de fato, a exploração comercial do atleta é algo sustentável no médio e longo prazo.
A fuga dos rostos do esporte das campanhas publicitárias mostram o quanto o mercado olha apenas para o curto prazo quando pensam em associar a imagem aos atletas. Foi a Copa do Mundo quem gerou nas marcas o ímpeto de usar o atleta na propaganda em 2014, e não o que ele representa para o consumidor.
David Beckham iniciou uma nova era no marketing esportivo. O jogador de futebol foi alçado ao status de ícone da cultura popular. Para isso, o modelo adotado foi o de isolar ao máximo o jogador das pessoas e fazer dele uma espécie de semideus. Só que até quando isso se sustenta?
Muitas vezes nos esquecemos que o mundo, porém, não é formado pelos Messi, mas pelos Wendells Lira.