Promover a cidadania com o auxílio da credibilidade conquistada ao longo de carreiras vitoriosas no esporte. Esse é o objetivo da ONG “Atletas pela Cidadania”, lançada nesta quinta-feira, em São Paulo. Liderada por Raí e Ana Moser, a entidade formada por 30 atletas pretende mobilizar a comunidade esportiva em benefício de causas sociais. “Esse é um movimento pioneiro na busca por uma transformação social, utilizando apenas nosso poder de mobilização”, afirma Raí. O ex-jogador do São Paulo, campeão do mundo com a seleção brasileira em 1994, explica que o grupo vai trabalhar com metas concretas para realizar ações estratégicas que possam acelerar questões políticas debatidas pela sociedade civil e que estão estagnadas no país. Patrocinada pelo Banco Real, a ONG, inicialmente, terá suas ações focadas na educação e na denominação dos jovens como agentes de mudança. Dentro desse processo, o primeiro aspecto trabalhado será a Lei do Aprendiz, criada em 2000 para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho, com a abertura de 80 mil novas vagas. Nos últimos sete anos, porém, apenas 56 mil “aprendizes” foram beneficiados. “Queremos montar um placar no centro da cidade com o número de jovens aprendizes que estão empregados. Ao mesmo tempo em que informará o público e despertará a atenção de todos, isso mostrará os resultados”, diz Raí. “Queremos resultados práticos. É uma luta por um país melhor em um grande projeto. Não atuaremos apenas com nossa imagem. Queremos fiscalizar, pressionar e mobilizar a sociedade”, completa o ex-jogador, com o apoio da colega Ana Moser: “Não estamos aqui para iniciar um movimento superficial. Fomos protagonistas ao longo das nossas carreiras e é assim que vamos continuar”, destaca a ex-jogadora de vôlei, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, esclarecendo que a entidade procurou se aliar a grupos específicos para ter base legal ao tratar das duas primeiras causas que serão defendidas. Heterogêneo e com ideologias políticas diferentes, o grupo se denomina como apartidário e não busca o apoio do poder público ou o compromisso com uma determinada empresa para manter a entidade. “Somos apolíticos, não de maneira burra, para termos mais liberdade de atuação e de posicionamento, sem nos vincular ao governo ou a nenhuma marca em especial. Mas é uma questão emblemática saber como nós funcionaremos ou nos financiaremos, estamos buscando soluções para a captação de recursos”, explica Ana Moser. “Nós vamos agir por causas políticas, mas sem sermos políticos. Vamos usar apenas a nossa força e a nossa imagem para dar a alguns jovens a oportunidade que nós tivemos e eles não”, finaliza “Magic” Paula, componente da diretoria da ONG ao lado de Gustavo Borges, Joaquim Cruz, Lars Grael, além de Raí e Ana Moser. A entidade sem fins lucrativos também tem como membros Aurélio Miguel, Branca, Dunga, Fernanda Keller, Fernando Meligeni, Fernando Scherer, Flávio Canto, Henrique Guimarães, Hortência, Ida, Jorginho, Kelly Silva, Leonardo, Mariana Ohata, Maurício, Oscar Schmidt, Patrícia Medrado, Ricardo Gomes, Ricardo Vidal Oliveira, Rogério Ceni, Rogério Sampaio, Roseane Santos, Sócrates, Vanessa Menga e Zetti.