Todo o ambiente festivo e de confraternização criado pelas Olimpíadas tem sido prejudicado pelos protestos consecutivos contra a ação da China sobre o Tibete. Desta vez, além de atrapalhar o espetáculo, os movimentos resultaram no cancelamento de um evento da Audi, montadora do grupo Volkswagen, que é patrocinadora oficial do trajeto da tocha olímpica. A ação aconteceria no Monte Everest e, além de poder prejudicar sua própria imagem por causa da ligação de sua marca com os protestos, a Audi não viu mais sentido em apresentar seu novo lançamento em um lugar em que estão proibidos de entrar os jornalistas estrangeiros. O cancelamento, porém, não é visto como atitude ideal por economistas, uma vez que isso pode atrapalhar a imagem das empresas na China, um dos países com maior crescimento econômico e com grande participação nos negócios de várias das patrocinadoras dos jogos. Quem segue a linha de pensamento desses economistas é a BASF, maior grupo químico do mundo e um dos maiores investidores do país. O presidente da empresa, Jürgen Hambrecht, vai além. Ele acredita em uma mudança de comportamento social e na potência que a China representa no mercado financeiro. “Quem vai à China percebe a mudança de forma física, direta e imediata. É preciso reconhecer como o país se transformou, como o bem-estar se estabelece e os cidadãos conquistam mais direitos, graças às suas rendas pessoais. Aí tenho que dizer: negócios com transformação é realmente um caminho certo”, disse Hambrecht. Justamente evitando essa possível perda, a Volkswagen fez questão de reiterar apoio aos Jogos. Na qualidade de parceira automobilística exclusiva, a Volkswagen fornece seis mil veículos para o transporte de atletas e funcionários de mais de 200 nações. Recentemente, Adidas, Samsung e Lenovo, que também são patrocinadores olímpicos, assumiram o perigo que existe de terem suas marcas veículadas com a violência. A última, inclusive, não descartou a retirada do patrocínio. Com um pensamento totalmente oposto, está a Coca-Cola. Em entrevista dada na última semana ao site Máquina do Esporte, o diretor de marketing da marca, Ricardo Fort, confirmou que os protestos não afetam em nada o patrocínio aos Jogos. “A Coca-Cola apóia o Comitê Olímpico Internacional [COI] desde 1928. Essas ações localizadas não têm impacto para os patrocinadores. Confiamos que os conflitos serão resolvidos da melhor forma possível. Só nos resta torcer para que tudo termine bem”, explicou Fort.