À procura de melhores dias no futebol paranaense, 24 clubes se reuniram e fundaram, na última segunda-feira, a Associação Entidades de Prática de Futebol Profissional do Estado do Paraná (Futpar). O projeto do “Clube dos 13” do estado é lutar pelo interesses de todas as agremiações associadas. Porém, boa parte das metas vai ao encontro das ideologias defenidas pelo Atlético Paranaense, tornando o grupo um catalizador desses ideais. “A entidade foi criada para auxiliar os clubes a fechar acordos mais fortes para eles”, disse Luciana Pombo, diretora de comunicação do Atlético Paranaense. “Lutamos por melhores pagamentos nas transmissões de TV e de rádio, além de ações de marketing mais eficientes, assim como acordos de patrocínio mais rentáveis”, completou. No início do ano, o Atlético tentou criar uma taxa para as rádios interessadas em transmitir seus jogos. A idéia foi barrada pela Justiça por não conter na Lei Pelé qualquer regulamentação sobre a transmissão radiofônica de partidas de futebol, assim como nos estatutos da CBF ou da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Então, partiu do próprio Atlético Paranaense o projeto de criar uma entidade que defendesse os interesses dos clubes no estado. Primeiro presidente da Futpar, Joel Malucelli, também presidente do J. Malucelli, afirmou que apesar da “influência” do Atlético, o peso do clube da capital será o mesmo de todos os outros 23 filiados. “Terei autonomia para tomar as decisões juntamente com o Conselho”, disse Malucelli. “O Atlético Paranaense decidiu não ficar com nenhum cargo na diretoria da Futpar “por questão de ética”, explicou o presidente do J. Malucelli. As principais batalhas da nova entidade serão barganhar maiores cotas nos direitos de TV e de rádio. De acordo com a dirigente do Atlético, apesar de o clube não participar do comando da Futpar, o seu poder é suficiente para debater de igual as idéias com os outros membros. “A diretoria está sendo “monitorada” por nós e por todos os outros membros”, disse Pombo. A indicação de Joel Malucelli foi consenso entre os advogados que redigiram o estatuto, entre eles, Domingues Mouro, advogado do Atlético. O projeto do Atlético Paranaense foi tão bem aceito que até um rival histórico do clube resolveu aderir. O Coritiba terá seu representante na diretoria por meio de seu presidente, Jair Cirino. Eleito conselheiro administrativo, Cirino refutou qualquer privilégio para os atleticanos. “O Coritiba não vê isso como uma estratégia do Atlético, pois as mudanças propostas são para o bem do Campeonato Paranaense”, ponderou Cirino.