A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) divulgou, na última terça-feira, que o Brasil é candidato a receber as eliminatórias americanas para o Mundial de pólo aquático do ano que vem. Sem concorrentes, o país tem tudo para ser homologado como sede em breve, fato que, segundo a entidade, pode ajudar no projeto de popularização da modalidade. A decisão sobre a candidatura será tomada pela União Amadora de Esportes Aquáticos das Américas (Uana, na sigla em espanhol), que já teria sinalizado apoio ao Brasil. Até o fim desse mês, os responsáveis abrirão espaço para a iniciativa de outros possíveis interessados. Ricardo Cabral, supervisor técnico de pólo aquático da CBDA, não acredita nos rivais. ?Os Estados Unidos já conseguiram a vaga para o torneio pela Liga Mundial do ano passado, então não devem tentar ser sede. O Canadá pode até ser que queira, mas hoje não oferece a mesma estrutura que a gente. México e Porto Rico não vão se candidatar. Se eu tivesse de chutar diria que há 90% de chance para o Brasil?, disse o dirigente, em entrevista à Máquina do Esporte. Jogar em casa poderia favorecer a seleção nacional, que vai entrar na briga pela última vaga do Mundial. Mais importante que isso, no entanto, é a exposição que o pólo aquático vai ter caso os direitos de transmissão da competição sejam negociados. ?Faz parte do projeto de promoção do esporte. A CBDA tem um contrato com a Globosat, mas os eventos extras são pagos, por isso não dá para garantir. Se acontecer [a exibição], dá uma visibilidade e traz apoio para ganhar a classificação para o torneio?, disse Cabral. A entidade imagina que o valor gasto na organização gire em torno de R$ 300 a R$ 350 mil, contando com instalações, divulgação, transporte das seleções e hospedagens, sem contar custos de televisão. Com o Correios como patrocinador oficial, a CBDA já monta cotas extras para começar o possível torneio com tudo pago. Sem a confirmação, porém, possíveis tratativas não podem ser divulgadas. Curiosamente, as eliminatórias para o Mundial podem não ser no Rio de Janeiro, cidade que conta com os dois melhores locais de competição do país (Parque Júlio Dellamare e Parque Maria Lenk). Apesar de entender que mais uma competição na capital carioca ajudaria na campanha para ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016, a entidade vê com bons olhos a ida para cidades menos tradicionais. ?Em princípio eu achei que fosse para o Rio, mas conversei com o presidente, e temos outra possibilidade. Podemos levar o esporte para outras locais. Vamos oferecer às prefeituras, que ajudariam na organização. Pensamos no Nordeste ou no interior de São Paulo?, completou Cabral.