Depois de duas tentativas, os clubes do basquete brasileiro parecem, enfim, estarem próximos da criação de uma liga que administre o esporte. A idéia de independência da Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB), no entanto, está descartada. Ausente da discussão nas primeiras iniciativas, a entidade está ao lado das agremiações na nova empreitada. A sinalização para tudo isso foi feita na última semana, quando os clubes se reuniram e mostraram interesse na idéia. Estiveram presentes tanto equipes da Associação de Clubes Brasileiros de Basquetebol (ACBB), que disputaram a Supercopa, quanto aqueles que não apoiaram os paulistas no início do ano e participaram do Nacional, ligado à CBB. Na reunião, poucos temas específicos foram tratados. A idéia era reunir todos os presentes em torno do projeto, feito alcançado com êxito segundo os presentes. Alguns dirigentes chegaram a cogitar nomes para a iniciativa, mas nada foi definido ainda. ?Foi um encontro inicial em que se falou sobre jogarmos todos juntos. Vai ter uma nova reunião daqui a mais ou menos um mês [19 de julho]. É muito cedo dizer quais vão ser as diretrizes, mas aparentemente houve um entendimento?, disse Carlos Ferro, diretor de basquete do Paulistano. O acerto passa, inclusive, pela entidade máxima da modalidade. Ciente das conversas, a CBB não se pronuncia oficialmente sobre o assunto até receber um comunicado oficial, mas avisa, por meio de sua assessoria de imprensa, que apóia a iniciativa. ?Esse encontro sempre teve o aval da CBB. A criação da Liga tem o apoio da CBB. Agora a gente aguarda um pronunciamento oficial sobre o acontecimento para tocar adiante as coisas?, disse Luis Carlos Pinto, assessor da entidade. A presença da confederação foi um dos atrativos para os clubes ausentes da ACBB, como Flamengo, Brasília, Minas e Joinville, entre outros. Os cariocas, campeões do Nacional da CBB, explicam porque não estão na associação criada no fim de 2007. ?A verdade é que a maneira como foi tratado o assunto não foi a que o Flamengo entendeu correta. Na época, [os clubes] meio que peitaram a CBB. E o Flamengo respeita muito as entidades esportivas?, disse Arnaldo Szpiro, diretor de basquete do clube. ?Infelizmente, o intuito da ACBB não era político. A idéia era tentar, com esse movimento, melhorar a situação. Só que aí passou a ser política, numa briga do Toni [Antonio Chakmati, presidente da Federação Paulista] com o Grego [Gerasime Bosikis, presidente da CBB]?, completou. Apesar da ligação com a confederação, a nova liga não deve, pelo menos ao que tudo indica, ser dependente. A intenção é que os clubes passem, com o acordo firmado, a negociar e organizar o Nacional de basquete, apenas contando com o acompanhamento da CBB. Vale lembrar que a primeira iniciativa do tipo foi liderada pelo ex-jogador Oscar, em 2005. A Nossa Liga de Basquete (NLB), no entanto, não conseguiu o apoio de clubes e patrocinadores, e acabou naufragando.