Com a definição dos finalistas dos campeonatos estaduais, o restante dos clubes que não conseguiram avançar de fase tem uma lacuna até o início do Campeonato Brasileiro. Em São Paulo, porém, a Federação Paulista de Futebol (FPF) criou a Copa do Interior, torneio disputados por quatro clubes de fora da capital e que serve como uma espécie de “consolo” aos mais bem colocados da fase inicial. Para conseguir convencer os clubes a disputarem com afinco a competição, a FPF decidiu agradar o bolso da equipe vencedora. O campeão do interior, além de ficar com a taça, ganhará uma premiação de R$ 200 mil pela conquista. Paulista, Guaratinguetá, Ponte Preta e Noroeste estão no páreo. Essa premiação, somada aos dois jogos que o campeão realizará em casa, auxiliam no pagamento das contas dos clubes e ainda pode garantir uma receita extra, oriunda dos patrocinadores. “A Copa do Interior é melhor que nada. Nós já tínhamos feito um acordo com os patrocinadores que ganharíamos um bônus se ficássemos entre os quatro primeiros e outro se participássemos dessa disputa”, diz Roberto Rappa, diretor de marketing do Paulista. Outro ponto positivo, segundo o executivo, é a manutenção dos trabalhos com os atletas. Caso não se classificasse, o Paulista, por exemplo, ficaria mais de 40 dias sem participar de qualquer campeonato. “Como os contratos com os atletas são longos, teríamos que pagar salários, independentemente de disputar jogos ou não. Desse ponto de vista, a Copa do Interior é boa para o Paulista, pois mantém a atividade dos jogadores e seguimos com outras fontes de receita”, explica Rappa. A opinião é reforçada pelo especialista Rafael Plastina, diretor da Informídia Pesquisas Esportivas, empresa que mede o retorno de exposição de marcas em competições esportivas. Segundo ele, a Copa do Interior abre novas possibilidades de receita. “Na soma de premiação, bilheteria e novos patrocínios, o clube pode ter alguma vantagem”, diz Plastina. Para Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, a bilheteria também poderá representar uma boa fonte alternativa de receita. Na Copa do Interior, a entidade decidiu que dividirá o bolo da receita com venda de ingressos entre os times. O vencedor de cada partida tem direito a 60% do total líquido, enquanto o perdedor fica com os outros 40%. Em caso de empate, os dois participantes fazem o rateio igualmente. “O número de torcedores foi bom nos dois primeiros jogos da Copa do Interior, apesar de ter transmissão de TV direta. Às oito da noite, tinham mais de três mil pessoas no estádio do Guaratinguetá”, afirma Marco Polo Del Nero, presidente da FPF. Apesar da declaração do dirigente, os números não mostraram esse sucesso todo. Em Campinas, 2571 ingressos foram negociados para o jogo Ponte x Noroeste, gerando uma receita bruta de R$ 23.746. Com o pagamento de taxas, a partida acabou, na bilheteria, tendo um prejuízo de R$ 1.030. Já em Guaratinguetá, a surpreendente campanha da equipe debutante no Estadual ajudou a levar mais público ao estádio. No total, estiveram na partida contra o Paulista 3.749 torcedores. A receita bruta do jogo foi de R$ 38.257,50, enquanto os clubes vão dividir cerca de R$ 20,5 mil.