A rivalidade entre São Paulo e Corinthians ganhou um novo capítulo. Pelo menos nos bastidores do futebol. O alvinegro iniciou uma ofensiva para derrubar o projeto são-paulino apresentado à Fifa, que prevê a reforma do Morumbi para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. O Brasil deverá ser confirmado como sede do torneio no dia 31 de outubro. Na última segunda-feira, em plena decisão sobre o futuro do presidente afastado Alberto Dualib, dirigentes corintianos se reuniram com representantes da Federação Paulista de Futebol (FPF) para discutir a construção de uma arena que funcionaria como ?Plano B? paulista para o Mundial. Confiante, o Corinthians não acredita no sucesso da empreitada rival e já sinaliza com a inclusão de sua possível nova casa entre as selecionadas pela Fifa. ?O São Paulo quer empurrar com a barriga até todo mundo ficar sem opção para construir um novo estádio. Estamos trabalhando com a segunda alternativa. Tão logo a Fifa sinalize que não vai aceitar o Morumbi, nós já teremos tudo pronto para indicar a nova arena?, afirma Antonio Roque Citadini, presidente do Conselho de Orientação do Corinthians (Cori) e que esteve presente na reunião com a FPF. No encontro com os membros da entidade paulista, um caderno de encargos foi entregue aos corintianos viabilizando a proposta. O estádio seria erguido pela construtora OAS e financiado por um grupo de investidores portugueses. O local ainda não está definido, mas um terreno próximo ao Sambódromo, na zona norte de São Paulo, está sendo estudado como opção. Além da proposta da FPF, o time analisa a viabilidade de outros dois projetos. O primeiro em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. O outro prevê a construção de uma arena na Marginal Pinheiros. Segundo Citadini, todos são superiores ao apresentado pelo atual campeão brasileiro à Fifa. ?Esse projeto do São Paulo é ?jeca-tatu?. Poderia até servir para cidadezinhas como Carapicuíba, Barueri, mas não para a capital. O Morumbi é irreformável. O projeto é caro e, do ponto de vista da engenharia, inviável. Não podemos receber o Mundial de 2014 em uma situação pior do que em 1950?, avalia o dirigente. ?Eles fizeram um grande lobby, envolveram o governo federal, do estado e a prefeitura. Como nesse país ninguém discute nada e a imprensa não questionou, acabou ficando o Morumbi como primeira alternativa. Foi quase um ato de loucura as esferas públicas terem embarcado nessa história?, completa Citadini. Nem mesmo a complicada situação política deve interferir no andamento do processo que, possivelmente, dará ao Corinthians seu próprio estádio. De acordo com o dirigente, as decisões estão sendo tomadas de comum acordo entre todos os grupos que comandam o time. ?O clube está fechado nesse sentido. Não há grupo defendendo um ou outro projeto. Todo mundo quer o estádio e, com ele, sediar a Copa do Mundo. Só nos resta definir qual será o escolhido?, diz.