A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) Corinthians/MSI sofreu um grande choque. Três dias após ser protocolada, cerca de 71 deputados e três senadores retiraram suas assinaturas do requerimento entregue à Mesa Diretora da C”mara dos Deputados. Restam agora 138, de um mínimo de 171. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), dois dos articuladores da CPMI, acreditam que as desistências aconteceram por pressão do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. ?O Aécio Neves (governador de Minas Gerais) foi pressionado pelo Ricardo Teixeira, que deve ter prometido a abertura da Copa em Minas?, atacou Silvio Torres. “É uma interferência indevida que afronta o Congresso Nacional”, completou Álvaro Dias. Minas Gerais disputa o jogo de abertura da Copa de 2014 com São Paulo. E foram justamente os dois estados que apresentaram mais desistentes: 17 mineiros e oito paulistas. Alguns desses têm estreita ligação com Aécio Neves, como Nárcio Rodrigues (PSDB-MG). Do mesmo partido (PCdoB) do ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., os deputados Perpétua Almeida (AC), Vanessa Grazziotin (AM) e Evandro Milhomen (AP) também retiraram suas assinaturas. De acordo Álvaro Dias, já existem assinaturas de outros deputados para compensar as que foram retiradas. A sessão do Congresso Nacional em que o requerimento deve ser lido foi marcada para esta terça-feira. Silvio Torres também promete brigar. ?Não vamos desistir. Infelizmente a pressão da CBF surtiu efeito. Mas vamos continuar atrás de novas assinaturas?, afirmou Torres. O objetivo da CPMI é investigar crimes contra o sistema financeiro decorrentes de contratos entre empresários e clubes de futebol. A investigação tem duração prevista de 120 dias, prorrogáveis por mais 60, e pode investigar supostas irregularidades entre 2000 e 2007.