A crise de crédito e a falência de grandes empresas em série está assustando os dirigentes ingleses. Depois de o Manchester United mostrar certo temor com a instabilidade de seu principal patrocinador, o Hull City, caçula da primeira divisão inglesa, também ressaltou o risco que os clubes correm com as dificuldades do mercado. ?Muitos clubes fizeram grandes investimentos neste momento de incerteza. Nesta temporada, lamentavelmente, pode haver mais de uma vítima na Premier League?, disse Paul Duffen, presidente do Hull City. O alerta é sobre os gastos exagerados dos clubes ingleses, que têm investido muito em contratações e obras dispendiosas nos últimos anos, e podem ter dificuldade em arcar com esses custos por causa da crise. O caso mais emblemático parece ser o do Liverpool, que teve de adiar o início da construção de seu novo estádio por causa da instabilidade do mercado. Sem garantias do pagamento do projeto, Tom Hicks e George Gillet, donos do clube, burlaram a data limite que havia sido estipulada e não têm previsão de solução. ?Nosso comprometimento com a construção de um novo e moderno estádio para o Liverpool é inabalável. Mas como acontece com outros grandes projetos do Reino Unido, o estádio terá de passar por uma reavaliação por causa das condições do mercado. Vamos usar esse tempo para estudar mais nossa futura arena?, disseram os norte-americanos em comunicado oficial. No início da crise, logo após a falência do Lehman Brothers, um dos maiores bancos de investimento do mundo, o mais afetado era o Manchester United. Isso porque a AIG, empresa de seguros norte-americana, esteve à beira do colapso, sendo salva por um investimento de US$ 85 bilhões (R$ 166,6 bi) do banco central dos Estados Unidos.