Tratado com certa cautela pela cúpula da União Européia (UE), o patrocínio de fabricantes de bebidas alcoólicas foi defendido ostensivamente pela Associação Européia de Patrocínio (ESA, em inglês). Helen Day, presidente da entidade, avaliou que, com responsabilidade, este nicho de mercado pode servir de apoio a diversas práticas de sucesso. ?Esse tipo de patrocínio traz várias vantagens para clubes de futebol e grupos culturais, e com a indústria sendo auto-regulamentada e as companhias conscientes, a sociedade pode receber vários benefícios desse suporte?, disse a executiva. O debate ganhou força nos últimos tempos porque a UE chegou a sinalizar a possibilidade de uma proibição desse tipo de prática, na esteira do veto à propaganda de marcas de cigarro que tomou conta do continente na primeira metade da década. A possibilidade limitaria contratos com o do Liverpool com a cervejaria Carlsberg, ou da escuderia McLaren com a fabricante de uísques Johnnie Walker. Depois de realizar um estudo sobre a presença das fabricantes de bebidas alcoólicas em diversas modalidades, a ESA pretende argumentar com a Comissão de Saúde da União Européia contra as publicações recentes de avaliações médicas sobre o assunto. ?Nós vamos apresentar uma visão balanceada da indústria do álcool e vamos fornecer material para que fique claro o quanto os negócios são beneficiados e apoiados por esse tipo de patrocínio. Os resultados serão divididos com a UE e ajudarão a delinear as decisões sobre o futuro do setor?, disse Day. O principal objetivo da ESA é derrubar a tese levantada por duas universidades inglesas, que, na semana passada, apresentaram um estudo feito na Austrália sobre o assunto. De acordo com a aferição, os fãs de esportes ou clubes que recebem apoio de marcas de bebidas estariam mais dispostos a consumirem o produto que aqueles ligados à entidades consideradas ?limpas?. ?A pesquisa da Universidade de Manchester e da Universidade de Newcastle não cobre ou liga a indústria de patrocínio esportivo no Reino Unido e é baseada em um número pequeno de torcedores na Nova Zel”ndia?, concluiu Day.