O ano de 2007 entrou para a história da canoagem brasileira, com a primeira medalha conquistada em uma edição dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro. Apesar do feito, a modalidade sofre com o rótulo de “nanica”, com o pouco espaço na mídia e com a falta de apoio de patrocinadores e torcedores. Faltando exatos seis meses para os Jogos Olímpicos de Pequim, porém, a situação começa, pouco a pouco, a melhorar. A visibilidade gerada pela competição é um alento para a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), que vê no evento uma possibilidade de reverter esse quadro. “[A falta de visibilidade] É uma questão complicada. Para nós, esse é um trabalho de formiguinha. A busca por apoio e espaço é constante, ela não pára nunca”, afirma o presidente da entidade, João Tomasini Schwertner. Atualmente, a CBCa tem na Lei Agnelo Piva seu principal “investidor”. Por intermédio desse incentivo, a entidade recebe aproximadamente R$ 1,4 milhão por ano. A Petrobras, via Comitê Olímpico Brasileiro (COB), destina outros R$ 500 mil. O restante do orçamento – estimado em R$ 2,5 milhões anuais no total – é completado pelo que o dirigente chama de “gama de apoio”, formada por empresas menores. “As leis de incentivo são a grande janela para o desenvolvimento das modalidades. Temos três projetos aprovados, sendo que dois deles já estão praticamente fechados. O outro deve ser concretizado em breve”, destaca Schwertner, referindo-se ao patrocínio às equipes de canoagem fixadas em Santos, Caxias do Sul e Foz do Iguaçu. Até o momento, não há nenhum evento programado para ser transmitido pela TV. A única competição que seria exibida, no mês de março, foi ironicamente cancelada por “falta de água” em Foz, famosa pelas Cataratas do Iguaçu. Ainda assim, o dirigente não se queixa. Schwertner que tem as portas abertas no Sportv, mas que é difícil adequar o alto custo do esporte à televisão. De acordo com o presidente da CBCa, a realização de cada evento de canoagem demanda um aporte de aproximadamente R$ 80 mil.