A semana do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 é muito esperada por diversos setores em São Paulo. Um desses ramos de atividade que costuma incrementar muito seu faturamento nesse período é justamente a prostituição de luxo, de carona com a presença de torcedores de diversas partes do mundo, além de membros das escuderias. As ações desses estabelecimentos, porém, podem ser prejudicadas esse ano. O motivo é a “Lei Cidade Limpa?, que limou boa parte dos outdoors da capital paulista e, com isso, cortou a principal estratégia de divulgação usada pelas casas no passado. Para enfrentar a nova realidade, os proprietários destes locais optaram por intensificar as ações como panfletagem e relacionamento com taxistas e funcionários dos principais hotéis da capital paulista. ?Uma das táticas mais utilizadas é com os táxis que ficam próximos aos hotéis da região dos Jardins, Paulista e Berrini. São locais onde se hospedam diversos estrangeiros e brasileiros de outros estados. Como eles não conhecem a cidade, sempre pedem alguma sugestão ao motorista, que encaminha às casas?, afirmou Adão, funcionário do Bomboa, que fica no bairro de Pinheiros. Segundo o responsável pela casa, em alguns casos, o taxista pode receber até R$ 60 para cada grupo de turistas que vai até o local. Essa pratica, porém, não está limitada aos motoristas. Os funcionários dos hotéis também ganham alguns agrados das casas, que pode ser um valor em dinheiro ou até mesmo a entrada gratuita em um dos locais. Eles podem indicar os clientes por meio de panfletos ou chamando os táxis, que já sabem para onde levar os turistas. A possibilidade de a prefeitura interditar estabelecimentos, como aconteceu com o Bahamas e o Café Millenium neste ano, não é motivo de preocupação para os funcionários dos estabelecimentos. Eles entendem que estão atuando com discrição e dentro do que foi determinado por autoridades. Os preços das casas variam bastante. Algumas, como o Moulin Rouge, cobram R$ 45 apenas para a entrada. Já as de luxo como o Café Photo e o Bomboa pedem até R$ 190 por cada cliente. O valor é o mesmo do cobrado habitualmente, o muda é o quanto as mulheres pedem por cada programa. ?Essa negociação é feita diretamente com a garota, mas no Photo o preço varia, normalmente, entre R$ 300 e R$ 500. Mas, com a corrida, muitas delas devem inflacionar, além de pedir em euros ou dólares?, explicou Paulo, que trabalha no Café Photo. Até o ano passado era comum que as casas de prostituição de luxo distribuíssem outdoors pela cidade divulgado promoções especiais e atraindo a atenção de turistas. Porém, desde 2005, a prefeitura intensificou a fiscalização, sobretudo, de publicidades com apelo erótico. O São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) estima que o GP do Brasil deva atrair mais de 100 mil visitantes para os três dias da prova de Interlagos.