O novo uniforme da Nike para o Flamengo, com listras finas e detalhes em dourado, deixou a condição de aposentado para virar a única opção do departamento de futebol. Três semanas depois de descartar a camisa por entender que ela era feia e trazia má sorte, o clube foi obrigado a utilizá-la no último sábado, contra o Atlético-PR, pelo Campeonato Brasileiro, por não ter mais estoque do modelo antigo. Desde o anúncio da aposentadoria, o Flamengo vinha recorrendo ao desenho antigo para evitar a camisa indesejada. Para isso, ?gastou? o material que ainda tinha no departamento de futebol e nas categorias de base e chegou a recorrer ao varejo para não ter de ceder à Nike. As reservas, porém, acabaram. Sem material, o Flamengo voltou a utilizar a camisa que havia sido tachado de ?azarada?. Mesmo insatisfeito, o clube não tem outra alternativa, já que está proibido de vestir outra marca que não a Nike. A obrigação do cumprimento do contrato com a fábrica norte-americana foi decidida pela Justiça Comum no dia 20 de junho. Por isso, o Flamengo teve de abolir o modelo com pontos de interrogação no lugar da fornecedora de material esportivo que vinha usando desde o início do imbróglio. Para voltar a decidir sobre o próprio uniforme, o Flamengo precisa vencer a batalha judicial com a Nike. O clube acusa a parceira de não ter cumprido com obrigações contratuais, como a entrega de material de competição e o abastecimento do mercado, o que significaria, no seu entendimento, rompimento unilateral de contrato. A empresa, por sua vez, entende que o Flamengo não tinha motivos para quebrar o acordo. Na ocasião, o clube anunciou que havia fechado com a Olympikus por R$ 20 milhões anuais, quase quatro vezes mais do que o valor pago pelos norte-americanos. A solução da pendência agora vai para o exterior. Nesta semana, o caso deve chegar à Corte Internacional de Arbitragem, que julgará, por meio de sua sede em São Paulo, quem tem razão na queda-de-braço entre Flamengo e Nike.