Uma falha de comunicação foi a grande responsável pelo fim do “Passaporte Tricolor”, o projeto de sócio-torcedor do Fluminense para o primeiro semestre de 2008. Baseada no preço dos ingressos para os jogos do clube impostos no ano passado, a promoção teve de ser suspensa com a decisão dos clubes do Rio, entre eles o próprio Fluminense, de elevar o valor das entradas para o Estadual. Com o aumento, que chegou a 50% em alguns setores do Maracanã, o desconto concedido aos torcedores interessados pelo projeto se tornou oneroso ao clube. Para não suspender imediatamente o projeto, o Fluminense resolveu manter o “Passaporte Tricolor” até o momento em que não daria prejuízo financeiramente. Com isso, a ação foi suspensa depois de pouco mais de duas semanas. “Depois que o programa já estava no ar, o valor do ingresso aumentou. Com isso, nós passamos a correr risco de não ter êxito. Seguramos porque cancelar seria um desrespeito, e fomos até o permitido dentro de uma ótica financeira”, disse Legnar Rangel, vice-presidente de marketing do Fluminense. O problema é que a cúpula do próprio clube participou da decisão. Em reunião com dirigentes de todas as equipes do Estadual, o valor do ingresso subiu, gerando revolta até do poder público (Eduardo Paes, presidente da Suderj, ameaçou cobrar taxa pelo uso do Maracanã). Alcides Antunes, um dos representantes do Fluminense no encontro, desconhecia o possível impacto da medida com a ação de marketing do próprio clube. “Pelo Estatuto do Torcedor, quem decide tudo sobre ingresso são os clubes. E eles resolveram por unanimidade. Não teve um clube sequer que disse não. A respeito desse projeto [“Passaporte Tricolor”], eu não estou sabendo de nada”, declarou o dirigente, que tinha a companhia de Marcelo Penha, assessor da presidência, na reunião.