O desporto paraolímpico vem, aos poucos, conquistando cada vez mais espaço. Essas vitórias, porém, não são frutos de um investimento da entidade que, na teoria, deveria ser responsável: o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Essa é a avaliação de Clodoaldo Silva, nadador e dono de seis medalhas de ouro conquistadas nas Paraolimpíadas de 2004, em Atenas. ?Mais do que campeonatos nacionais e regionais, precisamos de apoio. E a CPB não está dando apoio a todos os atletas. O comitê tem seu patrocinador oficial, e esse patrocinador apóia alguns atletas, nove ou dez, então todos os outros atletas não têm o apoio que deveriam?, dispara o nadador. Considerado um dos embaixadores dos atletas paraolímpicos no país, Clodoaldo reclama das dificuldades que um atleta enfrenta atualmente, as mesmas que ele superou e que lhe renderam, além dos seis ouros em Atenas, os patrocínios da Gol, Nutriday e Sesi-RJ. Um quarto apoio deve ser anunciado até o fim do mês. ?Infelizmente, falta de patrocínio não é ?privilégio? só de paraolímpicos, acontece com atletas olímpicos também. E olha que, se o Brasil tem toda essa força esportiva paraolímpica e olímpica com as condições mínimas, imagine quando começarem a olhar e investir melhor?, completa Clodoaldo. A Máquina do Esporte tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Porém, até o fechamento dessa matéria, ainda não obteve nenhuma resposta da entidade. Atualmente, o Comitê Paraolímpico Brasileiro conta com um orçamento anual que gira em torno dos R$ 20 milhões, sendo que a maior parte desse montante, cerca de R$ 14,5 milhões, é oriunda da Lei Piva, com o restante sendo pago pelo patrocínio da Caixa Econômica Federal, como explicou Vital Severino Neto, presidente do CPB, em entrevista à Máquina do Esporte no início do ano. Entretanto, a entidade apostava em um aporte financeiro de R$ 10 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte, que seria feito no desporto paraolímpico pela Petrobras. Essa verba seria destinada à preparação dos atletas para as Paraolimpíadas de Pequim. Com a desistência da estatal, o CPB foi atrás de novos parceiros e conseguiu R$ 1,94 milhão, por meio da Lei de Incentivo, para o seu projeto ?Rumo a Pequim 2008?. Os responsáveis por esses investimentos serão a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) e o Banco Pine S/A.