O Comitê Olímpico Internacional (COI) deve incluir o Kosovo entre seus países membros, segundo deixou transparecer Mario Pescante, dirigente da entidade. No entanto, a nova nação não deverá fazer parte dos Jogos de Pequim, pois não haverá tempo hábil para a classificação dos atletas. “Seguramente haverá o reconhecimento do Kosovo por parte do COI”, disse Pescante, destacando que já existe um pedido de admissão formulado pelo país. A entidade olímpica, por sua vez, espera que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça a independência da província. “O país terá que cumprir uma série de formalidades. Primeiro a aprovação tem que vir do COI, e depois o conhecimento internacional das diferentes federações esportivas”, afirmou o dirigente italiano. A partir desta segunda-feira, um dia após ter se proclamado independente da Sérvia, em uma iniciativa unilateral que dividiu a União Européia, o Kosovo busca seu reconhecimento internacional. A Rússia, por exemplo, já tentou invalidar a petição de independência na ONU. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, já afirmou que os kosovares são independentes. Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália devem conceder o reconhecimento diplomático rapidamente. Seis países da UE, entre eles a Espanha, já deixaram claro que não irão reconhecer o novo país de imediato, temerosos de que seja aberto o precedente de movimentos separatistas em seus próprios territórios. “O governo espanhol não irá reconhecer o ato unilateral proclamado pela assembléia kosovar e não vai reconhecer porque não consideramos que respeita a legalidade internacional”, afirmou o ministro espanhol de Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, à agência ?AFP?. A Guerra do Kosovo matou cerca de 10 mil pessoas entre 1998 e 1999, durante a repressão dos separatistas de etnia albanesa pelas forças sérvias. Uma campanha aérea da OTAN contra a Sérvia encerrou o conflito.