Na última segunda-feira, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, ganhou o direito de permanecer no cargo até 2014, ano em que acontecerá a Copa do Mundo no Brasil. A decisão foi tomada após uma Assembléia Geral e, segundo a entidade, tem o aval da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Essa medida, porém, não deve ser seguida por todas as federações, mesmo as que pleiteiam uma vaga como sede do Mundial brasileiro. Consultados pela Máquina do Esporte, presidentes evitaram comentar a decisão ocorrida em São Paulo, mas divergem sobre a postura que tomarão a partir do exemplo paulista. “Nós temos um estatuto que permite ao presidente se reeleger apenas uma vez. O meu primeiro mandato termina no dia 31 de dezembro deste ano e eu poderia concorrer a outro de quatro anos. Como eu nem sei se vou concorrer para a reeleição, acredito que não estarei à frente da federação em 2014. Não gosto de antever, mas no momento meu projeto é apenas terminar este mandato”, afirma Paulo Schettino, presidente da Federação Mineira de Futebol. Diferentemente dos mineiros, o estatuto da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) permite reeleições indefinidas. Apoiado nisso, o presidente da entidade, Francisco Novelletto, vislumbra a possibilidade de continuar no cargo durante a Copa do Mundo, mas apenas se ganhar uma nova chance dos eleitores. “Como a CBF abriu esse precedente, os demais acharam por direito fazer o mesmo. Não foi imposição [da CBF], mas muitos colegas acharam melhor mudar o estatuto para prolongar os mandatos. Quem não vai querer gerenciar uma federação em ano de Copa do Mundo? Mas quanto terminar o meu segundo, em 2012, eu vou me candidatar a um terceiro. Após o Mundial, eu deixo o cargo para o meu vice”, diz o dirigente. Mesma linha deve ser seguida pela Federação Goiana de Futebol. Após o falecimento do então presidente, Wilson Pereira, no fim de agosto passado, a presidência ficou com André Pitta. O novo dirigente, no entanto, não garante intenção de estar à frente da entidade em 2014, mas teme que a Copa do Mundo possa ser utilizada de maneira oportunista. “O meu projeto é cumprir os três anos de mandato e, a princípio, eu não tenha a intenção de me perpetuar no cargo. Mas eu tenho que avaliar que irá existir uma grande pressão sobre todas as federações, de uma forma geral, com pessoas pensando que com a Copa do Mundo vai chover dinheiro e, por isso, alguém que não tenha compromisso com o futebol local assuma o poder”, explica Pitta. Procurado pela reportagem, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, afirmou, por meio da sua assessoria de imprensa, que existe uma brecha no estatuto da entidade que permite que seu mandato seja prorrogado em uma Assembléia Geral, mas que isso não acontecerá ser for um “caso isolado”. Já o presidente da Federação Paulista de Futebol, o único a se garantir até 2014 no poder na esfera estadual, também não irá comentar a decisão, de acordo com a assessora de imprensa da entidade.
Mandato até 2014 divide federações
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