A delegação brasileira voltou de Pequim, sede dos Jogos Olímpicos de 2008, com 15 medalhas ?milionárias? na bagagem. Cada subida ao pódio custou – entre repasses diretos do Governo, projetos do Ministério do Esporte e patrocínio de estatais – R$ 60,5 milhões aos cofres públicos. Segundo levantamento feito pela Máquina do Esporte no início do mês, as confederações nacionais arrecadaram R$ 908 milhões nos últimos quatro anos. O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) ficou com outros R$ 74,3 milhões. O melhor custo-benefício foi da Infraero. Nos últimos dois anos, a empresa investiu R$ 2,4 milhões no judô e trouxe três medalhas de bronze. Os triunfos de Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo custaram R$ 800 mil cada. Os Correios, por sua vez, desembolsaram R$ 30,5 milhões na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e voltaram com um ouro e um bronze, ambos conquistados pelo nadador César Cielo. Já o Banco do Brasil ?pagou? R$ 41,8 milhões em cada medalha conquistada em solo chinês. A estatal tem contrato com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), que trouxe um ouro, duas pratas e um bronze ? e com o velejador Robert Scheidt, que ficou com o segundo lugar em sua estréia na classe star. A trupe esportiva com o ?selo? BB inclui ainda futsal e o projeto Embaixadores do Esporte, além dos atletas Giba, Falcão e Gustavo Kuerten, os dois últimos sem participação nas Olimpíadas de 2008. Durante o último ciclo olímpico, o aporte da estatal foi de R$ 209 milhões. O pior desempenho entre as estatais ficou com a Caixa Econômica Federal. Com verbas direcionadas a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e Confederação de Brasileira de Lutas (CBlutas), o banco voltou do Oriente apenas com o ouro de Maurren Higa Maggi no salto em altura. O preço da medalha foi de R$ 50,9 milhões, mesmo valor do contrato com a CBAt. A CBG recebeu R$ 6,8 milhões, enquanto que a CBlutas ficou com R$ 1 milhão. Já Petrobras e Eletrobrás voltaram de mãos vazias de Pequim. No total, ambas investiram R$ 32,8 milhões no basquete e no handebol. Além disso, a Petrobras destinou outros R$ 26 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), via Lei de Incentivo ao Esporte.