Apesar de ser raro, o futebol brasileiro ainda reserva espaço para alguns atletas que, devido a uma grande identificação com determinado time, ingressem em seu quadro associativo. Essa medida, porém, deve se tornar comum no Internacional, que pretende “obrigar” seus jogadores a também se tornarem sócios do clube gaúcho. Essa determinação, ainda não oficial, faz parte da estratégia de lançamento da nova campanha de sócios que o Inter estuda. A previsão de lançamento é para a primeira quinzena de fevereiro. “Nós teremos uma campanha bem emocional e também vamos trabalhar em cima da imagem dos jogadores. A idéia é usá-los para chamar os torcedores. Os atletas do atual plantel e também os novos passarão a dar exemplo para a torcida”, explica Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional. A idéia de usar seus jogadores reflete na import”ncia que a receita oriunda dos sócios ganhou dentro do clube. Atualmente, o Inter fatura com esse segmento mais de R$ 2 milhões por mês e conta com 53 mil associados. O objetivo é que esse número chegue a 100 mil em 4 de abril de 2009, data em que será comemorado o centenário dos gaúchos. Dessa forma, nomes como Fernandão, Nilmar, Clemer, Magrão, Edinho e Iarley devem ser os primeiros do grupo de atletas do Inter a entrar para o quadro de sócios do clube. “Será algo simbólico, mas acho que não teremos problemas. O Internacional é um clube que paga em dia, que oferece plano de saúde para todos os seus funcionários, e esses benefícios são possíveis graças a essas receitas”, diz Avancini. Além de criar esse tipo de vínculo com seus jogadores, o Internacional também se espelha no exemplo do mercado corporativo para tentar difundir a sua filosofia de trabalho, principalmente entre os novos contratados. “Vamos começar a política de que todo atleta ou funcionário vai passar por uma introdução ao clube, para saber o local em que ele irá trabalhar. A idéia é que se crie uma identidade, seja ele jogador ou não”, completa o vice-presidente de marketing do clube gaúcho.