A realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro criou uma nova realidade para o atleta brasileiro. Com o evento acontecendo no Brasil, as empresas que investem no patrocínio pessoal a atletas têm aproveitado para realizar diversas ações de marketing. A cobertura mais enfática da mídia sobre o Pan tem feito com que a agenda de compromissos dos atletas fique lotada. Além do treinamento e da disputa das competições, os brasileiros que jogam no Rio têm de se desdobrar em eventos no período de folga. Com duas medalhas de ouro no peito e consolidando-se como um dos grandes nomes do esporte brasileiro, Diego Hypólito, tão logo encerrou sua participação na ginástica, assumiu uma série de compromissos com a Golden Cross, sua patrocinadora. Sessões de autógrafos em eventos onde ocorriam jogos do Brasil, visita à sede da empresa na Cidade Maravilhosa e outros compromissos do gênero lotaram a agenda do ginasta até o último dia 22, quando embarcou para Curitiba para treinar na seleção permanente. “É normal. É a continuação do meu trabalho [realizar os eventos do patrocinador]. Sem o apoio que eu tenho da Golden Cross não seria possível ter os resultados que esperamos”, afirmou o atleta à Máquina do Esporte após uma sessão de autógrafos no Riocentro, onde o Brasil disputava o handebol e Hypólito teve apenas dez minutos para atender os cerca de 100 fãs que o aguardavam. No mesmo dia, local e horário, mas com um assédio menor, Carol, da equipe feminina de vôlei que foi medalha de prata no Rio, dava uma série de entrevistas no stand da Samsung, sua patrocinadora e também parceira do Comitê Organizador dos Jogos. Na última semana de Pan, o périplo de visitas a emissoras de televisão e também a eventos de patrocinadores atingiu os atletas que ficam em evidência na reta final da competição. Na terça-feira, após ajudar o Brasil a ter o melhor desempenho da história em Pans e se tornar o maior medalhista de ouro do país na competição, o mesa-tenista Hugo Hoyama ficou até depois da meia-noite dentro do centro de imprensa, no Riocentro, participando de programas que o colocavam em evidência e também a seu esporte. No dia seguinte, foi a vez de dois grandes ídolos do esporte terem suas horas de trabalho extra-quadra. O atacante Giba, da seleção de vôlei, ficou cerca de duas horas na loja da Olympikus, sua patrocinadora pessoal e também do Pan, no Barra Shopping. Depois de atender os fãs por cerca de uma hora, o jogador dedicou mais uma hora aos jornalistas. A peregrinação de Giba só não foi maior que a de Falcão, eleito o maior jogador de futsal do mundo. Cerca de quatro horas após a vitória sobre o Paraguai, o atleta continuava dando entrevistas às emissoras de televisão. “Isso faz parte de nosso trabalho. Mas não esperava tanta gente assim em cima. Mas o importante é manter o foco”, afirmou o atleta, que tem os patrocínios de Samsung e Umbro. Além disso, os medalhistas sempre têm um trabalho a mais por conta de uma promoção do Ministério do Turismo, que criou a “Praça das Medalhas”. No local, na zona sul do Rio, os atletas vão a um palco contar sobre a experiência da conquista aos torcedores.