Uma atuação de gala e o prêmio de jogador mais valioso (MVP) do Superbowl, a final da NFL, costumam render dividendos consideráveis no mercado esportivo. Só que, pela falta de carisma e pelo passado questionável fora dos gramados, Santonio Holmes, do Pittsburgh Steelers, deve ser mais uma exceção à regra. O wide receiver, que recebeu o passe decisivo e marcou o touchdown da vitória a 35 segundos do fim, não deve assinar contratos publicitários ou tornar-se um queridinho das empresas pelo desempenho esportivo acima da média. Na avaliação dos especialistas norte-americanos, o histórico de confusões, que envolvem a confissão de tráfico na adolescência e posse de maconha no início da temporada, serão fundamentais na negativa das empresas. Santonio Holmes personificaria, segundo eles, o ?anti-marketing?. ?O mercado corporativo americano não só ganhou uma aversão ao risco nestes tempos difíceis, como também está cada vez mais preocupado com a associação a valores de qualidade?, disse David Carter, diretor da base californiana do Sport Business Group e diretor-executivo do Instituto de Negócios do Esporte da Universidade Southern California. ?Não há nada a fazer com Holmes. Ele não é terrivelmente carismático sob nenhum aspecto, e ainda tem todos esses problemas extra-campo?, disse Bob Dorfman, vice-presidente executivo da Baker Street Partners, agência de San Francisco especializada no assunto. A avaliação depende, em geral, da receptividade do público. Prova disso é a contraposição de dois casos recentes do esporte americano. Ícone adolescente e queridinho da mídia, Michael Phelps foi imediatamente protegido por suas patrocinadoras após ser pego fumando maconha, no fim da semana passada. Já Charles Barkley, antiga estrela da NBA com histórico de confusões, perdeu o cargo de comentarista na TNT após ser preso na véspera do ano-novo por dirigir alcoolizado.