Patrocínios do BB podem ser auditados

Dois anos após a crise do mensalão, a caixa de pandora dos patrocínios do Banco do Brasil foi aberta a pedido do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O relatório da instituição financeira enviado ao parlamentar, segundo ele, revela um “desvio de finalidade” na aplicação dos recursos destinados a variados eventos apoiados pelo banco. Na última quarta-feira, Dias anunciou em plenário que está solicitando auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) para analisar a distribuição das verbas do BB. Entre os casos apontados pelo senador está o repasse, em 2003, de R$ 1,5 milhão para o Minas Tênis Clube, de Minas Gerais, a única agremiação privada a receber dinheiro do banco. O valor, de acordo com o documento apresentado pelo Banco do Brasil, seria utilizado para a compra de placas para a sinalização da sede, de ingressos para o jogo de futebol Brasil e Argentina, festa de natal dos funcionários do clube e torneio interno de futebol society, entre outros. “Não estou fazendo nenhuma acusação. Estou apenas estranhando. Com tantas carências sociais, não temos o direito de desperdiçar recursos públicos, tenham eles a origem que tiverem”, afirmou Dias no Senado. Na época, a DNA Propaganda, dirigida pelo publicitário Marcos Valério, pivô de um dos maiores esc”ndalos políticos da história do país, o mensalão, era a agência que atendia a estatal. “Há uma prevalência do interesse político-partidário na distribuição desses recursos. Qual foi o critério adotado pelo Banco do Brasil na distribuição desses recursos por Marcos Valério? É porque ele é de Belo Horizonte?”, questionou o senador. Além da auditoria, Álvaro Dias também disse que vai apresentar Projeto de Lei para definir normas técnicas adequadas para que a aplicação de verbas de patrocínio seja feita da forma mais transparente possível. Apesar das suspeitas de irregularidades, o senador defendeu o Banco do Brasil, destacando-o como uma das instituições públicas fundamentais para o processo de desenvolvimento econômico e social do Brasil. “As irregularidades são sempre pontuais, são de responsabilidade de alguns, não da maioria dos que integram o corpo funcional dessas duas instituições”, concluiu Dias, citando ainda a Caixa Econômica Federal como exemplo.

Sair da versão mobile