A infra-estrutura montada para os Jogos Olímpicos de Pequim pode se tornar um problema para a cidade após o término do evento. Orçados em US$ 40 bilhões (R$ 84 bilhões), os espaços construídos para abrigar as competições podem não ter utilidade com o final das Olimpíadas. Projetadas para receber cerca de 400 mil pessoas por evento durante os Jogos, as instalações já são consideradas “elefantes olímpicos” por algumas autoridades que gerenciam a organização da competição. “Você nunca mais vai ver esse número de pessoas naquela área depois disso. Então o que fazer com esses enormes espaços?”, disse o diretor-presidente da Autoridade de Parque Olímpico de Pequim, Brian Newman, ao “The Wall Street Journal”. O Parque Olímpico da capital chinesa, erguido para sediar as disputas de várias modalidades, é seis vezes maior do que o construído para os Jogos de Atenas, em 2004. O Centro Aquático Nacional, um dos projetos mais inovadores da organização, tem duas vezes o tamanho daquele utilizado em Sydney, há sete anos. Para não repetir o erro, organização de Londres-2012 já está planejando seu legado pós-olímpico. O comitê está projetando os espaços para que eles possam ser desmanchados e transportados para outras partes do país após a competição. “Se não há argumento sustentável (para o espaço esportivo), ele não existirá depois das Olimpíadas”, afirmou Peter Mann, presidente-executivo da PMP, empresa de consultoria em gestão esportiva envolvida no planejamento dos Jogos ingleses. Enquanto não há um plano concreto para a utilização das instalações depois da competição, Pequim conta com a rápida expansão da população chinesa – estimada em 20 milhões de pessoas até 2010 – para preencher os espaços deixados pelos Jogos.