Entre os principais temores dos chineses para os Jogos Olímpicos de Pequim estão os altos níveis de poluição da cidade e as mudanças bruscas das condições climáticas que podem ocorrer no mês de agosto, quando será realizado o evento. O Birô Meteorológico de Pequim, porém, informou nesta semana que a previsão é de clima ameno para o período. A afirmação foi baseada em um estudo promovido pelo organismo, que recolheu dados sobre o tempo nos últimos 30 anos na cidade. “Em apenas uma ocasião nas últimas três décadas se deu uma situação extrema”, disse Guo Wang, meteorologista do Birô, sem dar mais detalhes, em entrevista realizada pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim (Bocog). Apesar do otimismo, Pequim já estuda meios científicos para se precaver das chuvas torrenciais e inundações. A cidade tem técnicas para manipular as precipitações, como o bombardeio de nuvens com iodeto de prata para aumentar a condensação e provocar a chuva antes de grandes eventos. A prática já foi utilizada em 180 ocasiões nos últimos anos, entre elas a Cúpula China-África de 2006 e a Copa da Ásia de futebol, disputada em 2004. Os chineses também testaram técnicas inversas, bombardeando as nuvens com diatomita, um mineral com grande poder de absorção, para impedir a chuva. Atualmente, algumas regiões da China enfrentam o inverno mais rigoroso das últimas cinco décadas. As nevascas já mataram mais de 60 pessoas. Outras 30 milhões foram direta ou indiretamente afetadas pelo clima, causando prejuízos milionários para o governo local.