As Olimpíadas de Pequim, que serão realizadas em agosto deste ano, terão um MySpace olímpico. Por meio do site de relacionamento, os atletas poderão ter contato com todos os outros usuários do site. O acesso, porém, é restrito aos chineses e não será aberto a toda rede de internet. A criação desta rede entre atletas e fãs só foi possível por causa de um acordo entre a rede de TV estatal chinesa, a Central de Televisão da China (CCTV), e o MySpace China. Sem valores divulgados, o contrato prevê a veiculação de fotos, vídeos e mensagens dos competidores nas páginas da internet. O grande paradoxo é a recente proibição por parte do governo chinês em relação à criação dos blog de atletas. Antes vetados, agora os perfis estão sendo estimulados, mas apenas sob o rígido controle estatal. Além disso, os competidores foram também desestimulados a participar de qualquer atividade social. “Na condição de preparação para as Olimpíadas de Pequim em 2008, os atletas do nosso país, incluindo os atletas-celebridade, estão proibidos de participar de qualquer tipo de atividade social”, justificou Liu Peng, ministro de Esportes da China. Outra empresa que se tornou parceira da CCTV é a Tudou.com, que fará conteúdo interativo dos Jogos. O material será exibido no site da estatal chinesa, com acesso exclusivo aos que estiverem na China, e tem sua primeira transmissão marcada para o dia 8 de agosto, início das competições. Enquanto isso, a China proíbe o acesso a outros sites de relacionamento, como Orkut, além vetar a ferramenta de busca do Google e a enciclopédia online Wikipedia. O gerente geral da CCTV, Wand Wenbin, justifica, no entanto, que o uso da rede deve abranger todas ?as características interativas da internet?. Mesmo com toda interatividade, a rede não deve receber grandes investimentos em publicidade. A televisão segue sendo o interesse majoritário dos anunciantes. O diretor de estratégia digital dos Jogos, Kaiser Kuo, reconhece que a midia online é um meio crescente, mas diz que o marketing nesta plataforma é uma ?pequena fração de todo o mercado de propagandas?. A venda dos direitos para internet separada dos de TV aberta, inclusive, é algo recente na história do Comitê Olímpico Internacional (COI). A prática começou a ser adotada em 2000, o que gerou certo temor entre os que transmitiam os eventos pela TV. A audiência, segundo especialistas, poderia cair drasticamente com a entrada da rede mundial de computadores no mercado.