Uma reunião que está marcada para as próximas quinta e sexta-feira pode ser o estopim para que o judô brasileiro fique fora dos Jogos Olímpicos de Pequim. Segundo o jornal ?Folha de S. Paulo?, o encontro terá líderes de confederações sul-americanas da modalidade, como o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley, e o assunto principal é destituir a cúpula da União Pan-Americana de Judô (UPJ). A ?Folha? teve acesso a documentos em que o presidente da UPJ, o dominicano Jaime Casanova Martinez, adverte a CBJ e ameaça desfiliar a entidade brasileira. Esse seria o motivo para a possível ausência dos brasileiros nas Olimpíadas, já que o estatuto da Federação Internacional de Judô (FIJ), em seu artigo 1º, afirma que reconhece apenas filiações de países membros de entidades continentais. A disputa entre UPJ e CBJ, porém, vai além. Enquanto o dominicano diz que a entidade brasileira estaria custeando passagens e hospedagem para dirigentes durante o encontro que acontece nesta semana, Paulo Wanderley rebate dizendo que as acusações fazem parte de um jogo político. ?É uma reunião privada de alguns países pan-americanos e que não tem nada a ver com a UPJ, cujo presidente tem medo das nossas ações e reage com ameaças?, afirmou Wanderley, à ?Folha?. A polêmica chegou inclusive à esfera do marketing da CBJ. A falta de patrocínios, principalmente após os bons resultados colhidos nos tatames no ano passado, estaria repercutindo contra Wanderley. O dirigente, no entanto, disse que o acordo com a Mizuno já está fechado, faltando apenas a assinatura, além de confirmar a negociação com uma montadora.