A burocracia e a falta de um calendário organizado dos torneios challengers fizeram com que a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) não repassasse as verbas do projeto Top 10, destinada aos dez tenistas brasileiros com melhor colocação no ranking da entidade. O programa foi criado pela CBT para ajudar o atletas nas despesas com viagens. A verba total é de R$ 100 mil e é proveniente do repasse do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), baseado na Lei Agnelo-Piva. Número um do Brasil, Marcos Daniel, em entrevista ao jornal ?Lance!? desta terça-feira, explicou que é difícil saber com antecedência onde será o próximo torneio. Ele disse que nunca utilizou o dinheiro, pois há a necessidade de fazer o requerimento de compra das passagens com 15 dias de antecedência. Para a publicação, o presidente da CBT, Jorge Lacerda confirmou a existência do problema, mas apontou a legislação como culpada pela dificuldade na liberação da verba. ?No Brasil, a burocracia sempre atrapalha. Os atletas precisam ter uma idéia mais clara de que competições vão participar. Como a quantia é pequena, quem solicita em cima da hora corre o risco de ficar sem o dinheiro?, afirmou o dirigente. Além de Daniel, tenistas como Flávio Saretta, Ricardo Mello e Thiago Alves não tiveram acesso à verba de despesas de viagens. Consciente do problema, Lacerda disse ao jornal que o projeto será mantido para 2008, mas que pode restringir o apoio e investir parte do dinheiro nos tenistas mais novos. ?Se o Saretta e o Mello não utilizaram [o dinheiro], é porque eles não precisam. Atualmente eu vejo alguns profissionais perdendo para atletas de 17 anos. Adianta investir nessa pessoa??, disse Lacerda. O dirigente pretende reunir os melhores atletas brasileiros durante o Aberto de São Paulo para apresentar e discutir a reformulação do projeto Top 10.