A prefeitura de São Paulo investe na remodelação do autódromo de Interlagos como uma das formas de garantir a permanência do Grande Prêmio do Brasil na temporada de Fórmula 1. Somente para edição de 2007 foram investidos R$ 35 milhões, usados na reforma da pista e ampliação das arquibancadas. ?Vai acontecer uma reunião nesta semana na qual vamos apresentar ao Bernie Ecclestone [presidente da Formule One Management (FOM)] os projetos futuros e oficializar a intenção da cidade em permanecer na categoria?, afirmou Caio Luiz de Carvalho, presidente da SPTuris em entrevista à Máquina do Esporte. Carvalho confirmou que estarão no encontro representando Interlagos, além dele, o prefeito Gilberto Kassab, o organizador da prova no país, Tamas Rohonyi, e um representante da Globo. O contrato em vigor é válido até 2009, e a cidade pretende estender o acordo por mais oito anos. Segundo ele, um dos principais trunfos do Brasil é a tradição, já que em 2007 o GP Brasil será pela 36ª vez disputado no país. Além da marca de ser a única prova presente no calendário da F1 desde os anos 70, os representantes paulistas querem mostrar a Ecclestone que o país investiu bastante para realizar uma corrida com pouquíssimas ou talvez nenhuma crítica neste ano, o único que tem três corredores com chance de título. ?Para este ano nossa preocupação foi ampliar as arquibancadas da reta dos boxes até a entrada do S do Senna. Também construímos banheiros definitivos nos setores e na área dos boxes. Para 2008 serão 35 mil lugares fixos, o que vai diminuir os custos com as estruturas tubulares e provisórias?, explicou o executivo. Recentemente, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Bernie Ecclestone criticou o GP brasileiro, afirmando que se tratava da prova mais complicada do ano, mas que mesmo assim permanecia no calendário porque ele tinha um “amigo da Globo que dizia que o Brasil é o país do futuro”. Para tentar convencer o chefão da F1 a manter a etapa brasileira, outra obra prevista para o ano quem vem é a ampliação da área do paddock, que dará mais conforto e privacidade para as equipes, que é uma das principais reclamações dos profissionais envolvidos na categoria. Outra expectativa de Carvalho é a redução dos custos para receber a prova a cada ano. Segundo ele, em 2004 foram gastos R$ 31 milhões. Este ano, serão R$ 25 milhões, com a expectativa de queda para os próximos anos. Para a corrida do próximo final de semana, ele explica que faltam alguns pequenos ajustes que só podem ser feitos na última hora, como pinturas internas e colocação dos assentos. Além disso, há um constante trabalho para verificar se tudo o que já foi feito está em ordem. ?Nossa idéia é utilizar mais o autódromo no decorrer do ano. A monoculutra da F-1 em Interlagos não é benéfica, já que precisamos visar o lucro. Em 2004, quando assumimos Interlagos, o prejuízo anual era quase R$ 5 milhões. Este ano vamos fechar próximo do zero, para ficar no azul em 2008?, disse o presidente da SPTuris. Apesar disso, após a reforma da pista para o GP Brasil, Interlagos ficou fechada para qualquer outro evento. O objetivo da ação é deixar tudo impecável para os pilotos, que reclamaram muito da pista nos últimos anos. O executivo conta que vai trabalhar mais diretamente com as entidades ligadas ao automobilismo no Brasil para organizar novos eventos e ajudar a levar mais público para as provas. Uma das apostas para que isso aconteça foi a inauguração de uma estação de trem a 600 metros do autódromo.