Vendido desde o pontapé inicial da candidatura brasileira à sede da Copa do Mundo de 2014 como a alternativa para os estádios brasileiros, o investimento do setor privado no Mundial ainda não está tão presente assim como sonhava o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Até o momento, apenas quatro projetos apresentam um parceiro definido e oriundo da iniciativa privada. A reforma do Palestra Itália, em São Paulo, e a construção de novas arenas para Coritiba, no Paraná, e para o Sport, no Recife, contam com o apoio financeiro da WTorre. Já o Grêmio aposta na OAS para levantar a sua arena. Curiosamente, esses quatro projetos não fazem parte do plano inicial de estádios que abrigarão jogos da Copa do Mundo. Sem a definição das sedes do Mundial, a participação da esfera privada segue no papel, com apenas algumas pequenas definições, como o estádio do Morumbi, em São Paulo. Porém o discurso do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., não mudou. Mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo setor privado no lobby por um espaço na Copa do Mundo, Silva Jr. ressalta a import”ncia desse tipo de investidor na organização da competição. ?Nós queremos um modelo [de arenas] que atraia as empresas, porque entendemos que o governo federal tem mais o que fazer do que cuidar de estádios?, disse o político, em repetição ao discurso de Ricardo Teixeira em toda a campanha brasileira. Apesar desse aparente interesse tanto de quem é o presidente do Comitê Organizador da Copa quanto de quem representa o governo federal no evento, as reformas “privadas” dos estádios no Brasil seguem à margem do Mundial. O Palmeiras ainda não admite oficialmente, mas sabe que a exigência da Fifa de um estádio por cidade deve tirar o novo Palestra Itália da briga por alguns jogos, em detrimento do Morumbi, cuja reforma ainda está no papel. Já o Coritiba ainda não definiu todos os termos do novo Couto Pereira, e sofre com a forte concorrência da Arena da Baixada, em processo de ampliação e que foi bem avaliada pela comissão da Fifa quando da passagem no Brasil. Situações um pouco melhores vivem os projetos de Grêmio e Sport. Os gaúchos ainda sonham em ver sua nova arena como palco de jogos da Copa. Inicialmente, apenas o Beira-Rio, do rival Internacional, estava contemplado como sede, mas o lobby tricolor equilibrou a situação. Agora, o clube aguarda a aprovação do Conselho Deliberativo e assinatura do contrato para entrar de vez na briga, que terá de ser definida até o dia 15 de janeiro, data em que Porto Alegre terá de entregar sua proposta final para o Comitê Organizador. No Recife, a nova Ilha do Retiro ainda é incipiente, sem um projeto concreto concluído. A ausência de rivais à altura, porém, pode dar vantagem à casa do Sport, uma vez que a candidatura pernambucana ainda não decidiu qual é a melhor opção para a cidade, dividindo-se em três propostas, contando a futura obra da WTorre, depois de ter apostado em uma arena na região limítrofe com Olinda.GF