A Justiça comum suspendeu o processo de organização do Mundial de Futsal de 2008. O motivo da punição é a possível irregularidade na licitação do torneio, vencido pela Poly Promoções. O juiz federal da 10ª Vara, Alcides Saldanha Lima, invalidou o pregão eletrônico 0001/2008, que licitou três lotes de serviços para o Mundial, que será realizado em outubro e novembro no Rio de Janeiro e em Brasília. A Poly venceu uma concorrência com outras duas companhias, a MPM Media e a Sete Sete Eventos, mas algumas cláusulas foram apontadas como confusas, ilegais e restritivas no processo, o que teria sido fundamental para a vitória da companhia. A Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) ainda foi acusada de um favorecimento à empresa vencedora por ser da filha de um diretor da entidade e do Comitê Organizador da Copa. “A grande questão é que o vice-presidente de Administração da CBFS, Hideraldo Jorge Santana Martins, é pai da sócia da empresa vencedora, Verônica Garcia Santana Martins”, afirmou Leonardo Pitombeira, advogado e representante da MPM Media, ao jornal ?O Povo?, do Ceará. Pitombeira ainda lembrou ainda que Hideraldo Martins já foi representante da Poly em outros pregões, o que implica mais dúvidas ao atual processo. Na última semana, a MPM conseguiu uma liminar que impede a assinatura do contrato. ?Na nossa ótica não houve nenhum prejuízo à lei. O projeto foi reconhecido por sua transparência, e, dentro de um pregão presencial, a empresa que ofereceu o menor preço ganhou a concorrência. Não houve nenhum favorecimento”, afirmou Hideraldo Martins, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte. ?As empresas estão questionando coisas que não existem. Essa é a versão deles. Todo o processo ocorreu estritamente dentro da lei. O fato de minha filha ser sócia da companhia vencedora não influiu em nada no pregão”, completou o dirigente. A CBFS publicou edital para escolher a empresa que realizará o Mundial, incluindo hospedagem, alimentação, transporte, recursos humanos e serviços diversos, entre outros, com orçamento de mais de R$ 25 milhões. Destes, 99% das verbas foram disponibilizadas pela União Federal, por meio do Ministério do Esporte. Martins ainda afirmou que desconhece as medidas legais a serem tomadas, e que a organização do campeonato prossegue sem problemas, mesmo só com o dinheiro do comitê organizador.